pastor do Ser

O homem não é o amo e senhor do ente. O homem é o pastor do Ser. Nesse “menos” o homem não perde nada. Ele ganha por chegar à Verdade do Ser. Ganha a pobreza Essencial do pastor, cuja dignidade consiste em ser convocado pelo próprio Ser para a guarda e proteção de sua Verdade. Essa convocação advém no lançamento (Wurf), donde provém o ser-lançado (die Geworfenheit) do Da-sein. Em sua Essência no plano da História do Ser, o homem é o ente, cujo ser consiste, como ec-sistência, em morar na vizinhança do Ser. O homem é o vizinho do Ser.

Mas — e isso o Senhor já há muito terá querido objetar-me — um tal pensamento não pensa precisamente a Humanistas do homo humanus? E não pensa essa humanitas num sentido tão decisivo como nenhuma metafísica jamais pensou nem poderá, algum dia, pensar? Não é isso “Humanismo” no sentido mais elevado? Certamente. [CartaH]