P — O senhor já se referiu ao originário quando evocou a presença que brota da convocação recíproca de proveniência e porvir.
J — Vejo logo com mais clareza o que o senhor talvez esteja querendo dizer, pensando a partir de nossa experiência japonesa. Só não sei se o senhor tem em mente a mesma coisa.
P — É o que poderá ser confirmado em nossa conversa.
J — A nós japoneses não estranha que uma conversa deixe indeterminado justamente aquilo a que se visa e até mesmo o deixe recolhido no indeterminável.
P – É o que possibilita o êxito de toda conversa entre pensadores. A conversa chega então a perceber, por si mesma, que o indeterminável não somente não foge, mas desenvolve sua força de recolhimento de modo cada vez mais irradiante, ao longo da caminhada.
J — Nossas conversas com o conde Kuki careciam, sem dúvida, deste estímulo. Nós, mais jovens, exigíamos demasiado diretamente que ele satisfizesse nossa vontade de saber com receitas manipuláveis. (GA12)