Nietzsche (VP:490) – sujeito como multiplicidade

Fernandes & Moraes

A suposição de um sujeito não é, talvez, necessária; do mesmo modo, seria talvez permitido supor uma multiplicidade de sujeitos, cujo jogo de conjunto e luta jaz como fundamento do nosso pensar e em geral de nossa consciência? Uma espécie de aristocracia de “células”, nas quais repousa o domínio? Certamente de pares 1 que estão acostumados uns aos outros no governar e são entendidos em dar ordens?

Minha hipótese: o sujeito como multiplicidade.

A dor é intelectual e depende do juízo “prejudicial”: é projetada.

O efeito é sempre “inconsciente”: a “causa” descoberta e representada é projetada, ela é posterior no tempo.

O prazer é uma espécie de dor.

A única força que há é da mesma espécie da vontade: é um comandar em relação a outros sujeitos, que, para tanto, se transformam.

A constante transitoriedade e fugacidade do sujeito “alma mortal”.

O número como forma perspectiva.

Kaufmann

The assumption of one single subject is perhaps unnecessary; perhaps it is just as permissible to assume a multiplicity of subjects, whose interaction and struggle is the basis of our thought and our consciousness in general? A kind of aristocracy of “cells” in which dominion resides? To be sure, an aristocracy of equals, used to ruling jointly and understanding how to command?

My hypotheses: The subject as multiplicity.

Pain intellectual and dependent upon the judgment “harmful”: projected.

The effect always “unconscious”: the inferred and imagined cause is projected, follows in time.

Pleasure is a kind of pain.

The only force that exists is of the same kind as that of the will: a commanding of other subjects, which thereupon change.

The continual transitoriness and fleetingness of the subject. “Mortal soul.”

Number as perspective form.

Original

Die Annahme des Einen Subjekts ist vielleicht nicht nothwendig; vielleicht ist es ebensogut erlaubt, eine Vielheit von Subjekten anzunehmen, deren Zusammenspiel und Kampf unserem Denken und überhaupt unserem Bewusstsein zu Grunde liegt? Eine Art Aristokratie von „Zellen“, in denen die Herrschaft ruht?

Gewiss von pares, welche mit einander an’s Regieren gewöhnt sind und zu befehlen verstehen?

Meine Hypothesen: Das Subjekt als Vielheit.

Der Schmerz intellektuell und abhängig vom Urtheil „schädlich“ : projicirt.

Die Wirkung immer „unbewusst“ : die erschlossene und vorgestellte Ursache wird projicirt, folgt der Zeit nach.

Die Lust ist eine Art des Schmerzes.

Die einzige Kraft, die es giebt, ist gleicher Art wie die des Willens: ein Commandiren an andere Subjekte, welche sich daraufhin verändern.

Die beständige Vergänglichkeit und Flüchtigkeit des Subjekts. „Sterbliche Seele“.

Die Zahl als perspektivische Form.

  1. Em latim no original: “iguais”. (N.T.)[]