montanha

No que concerne à relação entre pergunta e resposta, contudo, temos uma conjuntura própria no âmbito da filosofia. Para falar de maneira imagética, o importante é escalar uma montanha. A escalada não acontece na medida em que nos colocamos no plano da opinião usual e fazemos um discurso sobre essa montanha para, dessa maneira, “vivenciá-la”. Ao contrário, a subida e a proximidade do cume só ocorrem uma vez que comecemos imediatamente a subir. Com isso, em verdade, perdemos o cume de vista, mas vamos nos aproximando cada vez mais dele à medida que subimos; algo de que também faz parte o resvalar e o escorregar para trás – na filosofia até mesmo a queda. Só quem verdadeiramente sobe pode cair. O que aconteceria se aqueles que caem pretendessem experimentar o cume, a montanha e seu soerguimento de maneira mais profunda e única do que aqueles que aparentemente chegam ao cume? Por meio disso, o cume não perde para eles a sua altura, transformando-se em um plano e em um hábito? Não se pode julgar e mensurar nem a filosofia nem a arte nem absolutamente nenhuma confrontação criativa com o ente com o auxílio do saudável entendimento humano ou do “instinto” supostamente saudável, mas já há muito tempo deformado e desencaminhado, assim como não se pode julgá-las nem mensurá-las com a argúcia vazia do assim chamado “elemento intelectual”. Tudo, tanto quanto o particular, só é passível de ser experimentado, aqui, na realização, no esforço da subida. [GA45]