rechnende Denken

rechnende Denken, pensamento calculador, pensar calculativo

Qualquer cálculo reduz todo o numerável ao enumerado, a fim de utilizá-lo para a próxima enumeração. O cálculo não admite outra coisa senão o enumerável. Cada coisa é apenas aquilo que se pode enumerar. O que a cada momento é enumerado assegura o progresso da enumeração. Essa utiliza progressivamente os números e é, em si mesma, um contínuo consumir-se. O resultado do cálculo com o ente é considerado como a explicação de seu ser. O cálculo utiliza de antemão todo ente como o enumerável e consome o enumerado para á enumeração. Este uso consumidor do ente revela o caráter destruidor do cálculo. É só pelo fato de o número poder ser multiplicado infinitamente – e isto indistintamente na direção do máximo ou do mínimo – que a essência destruidora do cálculo pode ocultar-se por detrás de seus produtos e emprestar ao pensamento calculador a aparência da produtividade. Na verdade, porém, de antemão e não apenas em seus resultados subsequentes, nenhum ente jamais se faz valer aqui senão sob a forma do que pode ser produzido e consumido. O pensamento calculador submete-se a si mesmo à ordem de tudo dominar a partir da lógica consequente de seu procedimento. Ele não é capaz de suspeitar que todo o calculável do cálculo já é, antes de suas somas e produtos calculados, um todo cuja unidade, sem dúvida, pertence ao incalculável que se subtrai a si e à sua estranheza das garras do cálculo. Não obstante, aquilo que já sempre se fechou desde o princípio por toda parte e constantemente às exigências do cálculo e que, contudo, a todo momento já se mostra em sua misteriosa condição de desconhecido como mais próximo do homem do que todo ente, no qual ele instala a si e aos seus projetos, pode, de tempos em tempos, dispor a essência do homem para um pensamento cuja verdade não é passível de ser compreendida por nenhuma “lógica”. (GA9GS:321)