Furchtbar

Furchtbar, temível, terrível, redoutable

Ao próprio trágico pertence o terrível. Todavia, não como o que provoca medo, no sentido de que o trágico nos permitiria um desvio ante o terrível em meio à fuga em direção à “resignação” ou à nostalgia do nada. Ao contrário, ao trágico pertence o terrível como isso que é afirmado, e, com efeito, afirmado em sua pertinência irrevogável ao belo. A tragédia se apresenta sempre que a contradição interna pertinente ao belo é afirmada. A grandeza e a altura compertencem à profundidade e ao terrível; quanto mais originariamente um deles é querido, tanto mais seguramente se alcança o outro. “À grandeza pertence o terrível: não nos deixemos iludir” (A vontade de poder, n. 1.028). A afirmação da comum-pertencência dessa contradição perfaz o conhecimento trágico, a postura trágica, ou mesmo o que Nietzsche chama o “heroico”. Nietzsche pergunta em A gaia ciência: “O que torna alguém heroico?” Resposta: “Ir simultaneamente ao encontro de seu mais elevado sofrimento e de sua mais elevada esperança.” A palavra “simultaneamente” é, aqui, o decisivo: não jogar um elemento contra o outro, nem tampouco se abstrair dos dois, mas assenhorar-se de sua infelicidade, assim como de sua felicidade, ou seja, não se tornar o louco de sua pretensa vitória.

“São os espíritos heroicos que dizem sim a si mesmos em meio à crueldade trágica: eles são duros o suficiente para experimentar o sofrimento como prazer.” (A vontade de poder, n. 852) (GA6T2:279-280; GA6T2MAC:216-217)


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redoutable (EtreTemps)