A subordinação à área manifestada é um perseverar nessa área e o fato de manter-se nesta perseverança é o que se pode chamar de insistência (In-sistenz). O que se manifesta nesse espaço é tomado como medida e modelo de toda a realidade. O homem estende e amplia os significados habituais e próximos, consagrando-os como determinação últimas das coisas. Vemos assim como (243) o Ente, ou seja, aquilo que se lhe defronta no perseverar, pode passar a ser a norma de compreensão última do real e o critério de aferição da verdade ontológica. Mas essa possibilidade só se dá pelo completo desconhecimento e esquecimento da verdade do Ser que, como tal, transcende e ultrapassa a verdade do Ente.
(FERREIRA DA SILVA, Vicente. Transcendência do Mundo. São Paulo : É Realizações, 2010)