fatalidade

Verhängnis

Em todas as suas formas e estágios históricos, a metafísica é uma fatalidade única mas talvez necessária ao Ocidente e o pressuposto de sua dominação planetária. A vontade subjacente a essa dominação agora repercute no coração do Ocidente, onde uma vontade apenas se confronta com outra.

0 desdobramento da dominação incondicional da metafísica acha-se somente em seu início. Esse emerge quando, para afirmar seu desvio (Unwesen) correspondente, a metafísica nele libera e consolida sua via essencial.

Em sentido estrito, o único aqui considerado, a metafísica é uma fatalidade porque, como traço fundamental da história do Ocidente europeu, a humanidade vê-se fadada a assegurar-se (hüngen lässt) no ente. E a nele segurar-se sem que, em momento algum, a metafísica faça a experiência do ser dos entes como a dobra de ambos (Zwiefalt), podendo então questioná-lo e harmonizá-lo em sua verdade.

Essa fatalidade a ser pensada na dimensão da história do ser é, contudo, necessária porque o próprio ser apenas pode vir à luz em sua verdade, na diferença resguardada entre ser e ente, e isso quando a diferença ela mesma se dá e acontece com propriedade. Como isso, no entanto, pode se dar sem que antes o ente não se tenha entregue ao mais agudo esquecimento do ser? Como isso pode se dar sem que também o ser não tenha assumido sua dominação incondicional e metafisicamente irreconhecível como vontade de querer, a qual alcança validade frente ao ser mediante a primazia exclusiva dos entes (da objetividade do real)? [GA7]