Desenvolvimento é subversão, e subversão tão subversiva, que, em qualquer das ideologias dominantes, só da boca para fora se exclamam palavras que, infelizmente (mas inexoravelmente), perderam o seu sentido, ou do seu sentido se perderam. Todos falam de valores humanos. Está certo. Mas não lhes perguntem quais eles sejam — o burburinho lembraria a confusão de Babel. Abstenhamo-nos de perguntar-lhes, mas não de o perguntar aos que se reconhecem como «marginalizados», aos que, ainda que por si postos à margem do que passa e se passa, mantêm e retêm a lucidez que os marginalizou. Quais são os valores humanos? Responderia eu: o maior é o entender-se como tudo veio a ser, e que tudo veio a ser, sem que para tal contribuísse o entender-se como tudo veio a ser. E todos se reduzem a este. Tudo veio a ser contra o Ser de tudo. Por negação do Ser, por recusa do Ser; por repulsa do Ser. Por não querer Ser; por só querer ter. (EudoroMito:148)
Eudoro de Sousa (MHM:148) – valores humanos
- Eudoro de Sousa (2002:162) – três estados do pensamento humano [Comte]
- Eudoro de Sousa (2002:163-164) – homem e mundo comparticipam mesmo projeto do Ser
- Eudoro de Sousa (2002:166-167) – Teoria dramática do conhecimento
- Eudoro de Sousa (HC:205-206) – Divindade
- Eudoro de Sousa (HCSM:104-110) – Empédocles
- Eudoro de Sousa (HCSM:110-112) – mundo é uma caverna
- Eudoro de Sousa (HCSM:112-113) – Ideia do Bem
- Eudoro de Sousa (HCSM:114-115) – noûs, dianoia, pistis, eikasia
- Eudoro de Sousa (HCSM:115-118) – Mito da Caverna
- Eudoro de Sousa (HCSM:118-123) – interpretação da República VI e VII (504d-517c)