Escudero (2016:§43) – A realidade é um modo de ser dos entes intramundanos

A realidade é um modo de ser dos entes intramundanos, ou seja, das coisas que encontramos em nossas relações com o mundo. A realidade, portanto, só pode ser explicada por meio de uma análise da intramundanidade. A questão que Heidegger está tentando responder não é tanto saber como um sujeito pode atender a um objeto, mas sim oferecer uma explicação do fenômeno da própria aparição do mundo (Weltbegegnung).1 Em última análise, é mostrar como a “consciência da realidade” é em si um modo de nosso ser-no-mundo, ou seja, só é ontologicamente possível com base em nossa abertura prévia ao mundo (cf. SuZ: 278-279 / SyT: 231-232).

[ESCUDERO, J. A. Guía para la Lectura de Ser y Tiempo de Heidegger ( Vol. 1). 1st ed ed. Barcelona: Herder, Editorial S.A, 2016]
  1. Aquí Heidegger alude brevemente a las interpretaciones de la realidad propuestas por Dilthey y Scheler, para quienes la realidad se experimenta en el fenómeno de la resistencia. La corporalidad vivida en primera persona (Leibhaftigkeit) y la resistencia (Widerstand) son dos modalidades genuinamente fenomenológicas de la conciencia de realidad, pero permanecen sin determinación ontológica.[]