era

Na metafísica se leva a termo a meditação sobre a essência do ente, bem como uma decisão sobre a essência da verdade. A metafísica fundamenta uma era desde o momento em que, por meio de uma determinada interpretação do ente e uma determinada concepção da verdade, procura para esta o fundamento da forma de sua essência. Este fundamento domina por completo todos os fenômenos que caracterizam a nomeada era e, por outro lado, quem saiba meditar pode reconhecer nestes fenômenos o fundamento metafísico.

NOTA: A meditação sobre a essência da Idade Moderna situa o pensamento e a decisão no campo de influências das forças essenciais próprias desta Idade. Estas forças atuam tal como atuam, sem se deixarem afetar pelas valorizações cotidianas. Diante delas, permanece somente a disponibilidade para a resolução ou a fuga para a ahistoricidade. Todavia, para isto não basta o consentir com a técnica ou propor absolutamente a “mobilização total” — quando foi reconhecida como existente — a partir de uma posição incomparavelmente mais essencial. O que se trata é, em primeiro lugar e sempre, compreender a essência da era a partir da verdade do ser que reina nela, porque somente assim se experimenta ao mesmo tempo aquilo que é mais digno de ser questionado e que suporta e vincula desde o fundamento um criar em direção ao porvir, deixando atrás o que está aí para que a transformação do homem se converta em uma necessidade surgida do próprio ser. Nenhuma época se deixa relegar pelo poder de uma negação. A negação elimina somente o negador. Porém, para poder seguir no futuro afirmando-se em sua essência, a Idade Moderna exige, graças a sua essência, um alcance e uma originariedade da meditação para as quais estamos preparando já algo no qual habitamos, mas que não podemos chegar a dominar ainda. [DZW]