V. definitio, Definition
[…] fala-se de definição como o meio pelo qual o conceito submete-se à determinação. Ser-se-á capaz de ver, na consideração da definição, o que se significa propriamente pelo conceito e a conceptualidade. […]Quando consultamos a caracterização de definição em Kant, somos surpreendidos pelo fato que a definição é tratada no capítulo intitulado “Doutrina Geral do Método” [de seu livro “Lógica”]. A definição é uma questão metodológica, projetada para conceder precisão ao conhecimento. É tratada como o meio para conceder a “precisão de conceitos com respeito a seus conteúdos”. Através da definição a precisão de conceitos é concedida. Entretanto, a definição é, ao mesmo tempo, um conceito: “A definição somente é […] um conceito logicamente completo”. Então, não descobrimos fundamentalmente, o que um conceito é sem ir além da definição, e assim devemos ter em conta o que Kant ele mesmo diz sobre o conceito. [GA18, p. 9-10]
Na definição, o conceito é para vir a si mesmo. A definição deve conceder uma matéria de tal maneira que é representada e compreendida no fundamento de sua possibilidade, que eu sei quando ela se dá, o que é, porque é isso, A definição genuína é aquela da matéria, a definição real. Na Idade Média, a definição genuína é a definição real e essencial. É genuína e realizada na medida que o procedimento básico da definição é satisfeito, na medida que especifica-se o penúltimo tipo ou gênero de um objeto, assim como sua diferença específica. Assim, por exemplo, um círculo é um linha curva (gênero), fechada, na qual cada ponto é equidistante do centro (diferença específica). Ou, o homo animal (gênero) rationale (diferença específica).
Retornando a Aristóteles a fim de mostrar que o que, na lógica tradicional, é tratado como definitio tem uma origem completamente determinada, que a definição é um sintoma de declínio, uma mera técnica de pensamento que foi algum momento a possibilidade básica de fala humana. Na definição, o conceito se torna explícito. [GA18, p. 13]