das Zwischen, l’entre, o entre, the between, Zwischenreich, región intermedia
Inwood (Buarque de Holanda)
Certas vezes o ser é o entre: “O ser, a lareira no centro da morada dos deuses, a morada que é também o estranhamento do homem (o entre no qual ele continua sendo um (o) estranho, precisamente quando ele fica em casa com os entes)” (GA65, 487). O ser é “o entre em cuja essência iluminadorade si os deuses e o homem se re-conhecem (er-kennen) uns aos outros, i.e., decidem acerca de seu pertencimento. Como este entre, o ser não “‘é’ nenhum suplemento para os entes, mas o essencializador (Wesende) em cuja verdade o ente (das (Seiende)) pode em primeiro lugar alcançar a guarda de um ente (eines Seienden). Esta prioridade do entre não deve, porém, ser interpretada de modo idealista como o ‘a priori’” (GA65, 428). Se “ser é concebido como o entre no qual os deuses são coagidos, de um modo tal que ele é uma necessidade para o homem, então os deuses e o homem não podem ser considerados como ‘dados’, ‘seres-simplesmente-dados’. (…) Ser se essencializa como o entre para deuses e homens, mas de tal modo que este espaço-entre primeiramente concede para deuses e homens sua possibilidade essencial, um entre que surge além de suas margens, deixando-os assim despontarem como margens a partir deste surgimento, sempre pertencendo ao rio do acontecimento (Er-eignisses), sempre escondido na riqueza de suas possibilidades, sempre o para lá e para cá de reservas inexauríveis, em cuja iluminação mundos surgem e sucumbem, terras abrem-se e sofrem destruições” (GA65, 476). Algumas vezes, o entre é Dasein: “Da-sein, este entre que, primeiramente fundamentando a si mesmo, afasta e une homens e deuses e os ajusta uns aos outros” (GA65, 28s). Da-sein não é idêntico ao homem. O homem “firma-se como uma ponte sobre o entre”, com um pé no ser e o outro fora (GA65, 488). (Inwood, p. 46-47)
Sometimes being is (33) the between: ‘Beyng, the hearth-fire in die centre of the dwelling of the gods, the dwelling that is also the estrangement of man (the between in which he remains a (the) stranger, precisely when he becomes at home with beings)’ (GA LXV, 487). Beyng is ‘the between in whose self-lighting essencing, gods and man re cognize (er kennen) each other, i.e. decide about their belonging. As this between beyng “is” no supplement to beings, but that essencer (Wesende) in whose truth (beings) (das (Seiende)) can first reach the safekeeping of a being (eines Seienden). But this priority of the between must not be misinterpreted idealistically as die “apriori”‘ (GA LXV, 428). If ‘beyng is conceived as the between into which the gods are coerced, so that it is a need for man, then gods and man cannot be assumed as “given”, “present-at-hand”. (…) Beyng essences as the between for god and man, but in such a way that this space between first grants to god and man their essential possibility, a between that surges over its banks and first lets them arise as banks from this surge, always belonging to the river of the event (Ereignisses), always hidden in the wealth of its possibilities, always the to and fro of inexhaustible reserves, in whose lighting worlds come together and sink away, earths open up and suffer destruction’ (GA LXV, 476). Sometimes the between is Dasein: ‘Dasein, that between, which, first grounding itself, brings god and man apart and together and fits them to each other’ (GA LXV, 28f.). Dasein is not identical to man. Man ‘stands like a bridge in the between’, with one foot in beyng, one foot out (GA LXV, 488). (p. 33)
Rivera
(…) como «región intermedia». Heidegger está discutiendo aquí la idea, frecuente en la filosofía hasta Husserl, de que el sentido sería un modo ideal de ser, distinto de la realidad y distinto de las cosas. Heidegger dice, un poco irónicamente, que el sentido entendido en esa forma se cerniría en «alguna parte» (irgendwo) a la manera de un «Zwischenreich», literalmente de un «reino intermedio». (Rivera; STRivera:Notas)
SZ:132
Mas que mais se nos apresenta nesse fenômeno (ser-em) a não ser um commercium entre um sujeito subsistente e um objeto subsistente? Interpretação que já ficaria mais próxima do conteúdo fenomênico, dizendo: o Dasein é o ser desse “entre”. Entretanto, a orientação para o “entre” induziria a erro, ao pôr de modo inconsiderado quanto à sua determinação ontológica os entes entre os quais a relação “entre” “é” como tal. O entre já é concebido como resultado da convenientia de dois subsistentes. Pois a prévia posição desses subsistentes sempre já faz o fenômeno explodir e vã é toda tentativa de sua recomposição com os fragmentos da explosão. Não somente falta o “cimento”, mas o “esquema” segundo o qual a recomposição deve ser efetuada nunca foi anteriormente desvendado. (SZ:132; STCastilho:379)
GA65
Que dizer realiza o mais elevado silenciamento pensante? Que procedimento efetua mais prontamente a meditação sobre o seer? O dizer da verdade; pois ele é o entre para a essenciação do seer e a entidade do ente. Esse entre funda a entidade do ente no seer. (GA65MAC:17)