Deixar que o ente do-interior-do-mundo venha-de-encontro, o que é constitutivo do ser-no-mundo, é um “dar-espaço”. Esse “dar-espaço”, que denominamos também arrumar [Einräumen], é pôr-em-liberdade o utilizável em relação a sua espacialidade. Como dar prévio descobridor de uma possível totalidade de lugares-próprios, determinada por conjuntação, essa arrumação possibilita cada vez a orientação factual. Como ver-ao-redor ocupado com o mundo, o Dasein só pode desfazer o arrumado, dele prescindir ou re-arrumar o ente porque o “arrumar” – entendido como existenciário – pertence ao ser-no-mundo do Dasein. Entretanto, nem a região previamente descoberta, nem em geral a respectiva espacialidade estão expressamente diante dos olhos. A espacialidade está em si na não-surpresa do utilizável, em cuja ocupação o ver-ao-redor é absorvido. Com o ser-no-mundo o espaço é [323] de pronto descoberto em sua espacialidade. Sobre a base da espacialidade assim descoberta, o espaço se torna ele mesmo acessível ao conhecimento. [STFC:323,325]
O deixar e fazer vir ao encontro, constitutivo do ser-no-mundo dos entes intramundanos, é um “dar-espaço”. Esse “dar-espaço”, que também denominamos de arrumar [Einräumen], consiste na liberação do que está à mão para a sua espacialidade. É este arrumar como doação preliminar que descobre um conjunto possível de lugares determinados pela conjuntura e que possibilita a orientação fática de cada passo. Enquanto ocupação com o mundo numa circunvisão, o Dasein pode tanto “arrumar” como desarrumar e mudar a arrumação, e isso porque o arrumar, entendido como existencial, pertence a seu ser-no-mundo. Contudo, nem a região previamente descoberta a cada vez e nem mesmo a espacialidade de cada passo são explicitamente visíveis. Em si mesma, ela está presente à circunvisão na não surpresa do manual a cuja ocupação se entrega a circunvisão. Com o ser-no-mundo, o espaço se descobre, de início, nessa espacialidade. Com base na espacialidade assim descoberta, o espaço em si torna-se acessível ao conhecimento. [STMSC:165-166]