J – Agora parece que nos movemos num círculo. Uma conversa a partir da linguagem só pode ser provocada pela essência da linguagem. Mas como isso poderá acontecer sem uma escuta que alcance a essência?
P – Já chamei essa curiosa conjuntura de círculo hermenêutico.
J -O círculo acompanha sempre o hermenêutico, no qual, segundo o esclarecimento de hoje, vigora a relação entre a mensagem e o caminhar do mensageiro.
[117] P – O mensageiro já deve vir da mensagem. Por outro lado, também já deve ter ido até a mensagem.J – O senhor já não disse que o círculo é inevitável? Ao invés de tentar contorná-lo para evitar uma contradição pretensamente lógica, deve-se atravessá-lo?
P – Certamente. No entanto, este reconhecimento necessário do círculo hermenêutico não significa que a simples representação do círculo já tenha feito a experiência originária da referência hermenêutica.
J – O senhor abandonaria então esta compreensão anterior?
P – Naturalmente, à medida que falar simplesmente de um círculo permanece sempre um pano de fundo. [GA12MSC:117-118]