Zwischenraum

espaço-entre (EssaisConf, GA7)
space between (BTMR)

GA7, p. 155 (Stätte, Ort, Raum). We must forego the further analyses by which Heidegger explains the origin of distance (Abstand, Zwischenraum), extension and “absolute” space (“der” Raum). See GA7, pp. 155-156. Cf. SZ, pp. 104-113. (RHPT:585)


O símbolo pertencia assim, para ele (Warburg), a uma esfera intermediária entre a consciência e a reação primitiva e trazia em si tanto a possibilidade da regressão quanto a do mais alto conhecimento: ele é um Zwischenraum, um “intervalo”, uma espécie de terra de ninguém no centro do humano; e, tal como a criação e a fruição da arte requerem a fusão entre duas atitudes psíquicas que normalmente se excluem de forma mútua (“um abandono apaixonado do eu até a completa identificação com a impressão e uma fria e distanciada serenidade na contemplação ordenadora”), assim a “ciência sem nome” que Warburg perseguia é, como se lê em uma nota de 1929, “uma iconologia do intervalo”, ou uma psicologia do “movimento pendular entre a posição das causas como imagens e como signos”. Esse estatuto “intermediário” do símbolo (e sua capacidade, quando dominado, de “curar” e orientar a mente humana) é claramente afirmado em uma nota da época em que, enquanto preparava a conferência de Kreuzlingen, provava a si mesmo e aos outros sua própria cura:

Toda a humanidade é eternamente esquizofrênica. Porém, de um ponto de vista ontogenético, é possível talvez descrever um tipo de reação às imagens da memória como primitivo e anterior, ainda que ele continue a viver marginalmente. Em uma fase mais tardia, a memória não provoca mais um movimento reflexo imediato e prático, ainda que seja de natureza combativa e religiosa, mas as imagens da memória são agora conscientemente depositadas em imagens e signos. Entre essas duas fases se situa uma relação com as impressões que pode ser definida como a forma simbólica’ de pensamento. (AGAMBEN, Giorgio. A potência do pensamento. Ensaios e conferências. Tr. Antônio Guerreiro. Belo Horizonte: Autêntica, 2015, p. 120)