Zeit-Raum, tempo-espaço, espaço-tempo, time-space, space-time, espacio-tiempo, tiempo-espacio, espacio-tempórea, espaço-temporal
No parece necesario puntualizar una vez más que cuando en el curso de la interpretación existencial hablamos de la determinación «espacio-tempórea» del Dasein, esto no significa un estar-ahí del Dasein «en el espacio y en el tiempo». La temporeidad es el sentido de ser del cuidado. La constitución del Dasein y sus maneras de ser sólo son ontológicamente posibles sobre la base de la temporeidad, prescindiendo del hecho de si este ente se presenta o no «en el tiempo». Pero entonces también la espacialidad específica del Dasein deberá fundarse en la temporeidad. Por otra parte, la demostración de que esta espacialidad sólo es existencialmente posible por medio de la temporeidad no puede tener como finalidad la deducción del espacio a partir del tiempo, es decir, su disolución en puro tiempo. Si la espacialidad del Dasein es «abarcada» por la temporeidad, en el sentido de que queda existencialmente fundada por ella, esta relación entre espacio y tiempo, que deberá aclararse más adelante, es asimismo diferente de la primacía del tiempo sobre el espacio, en el pensamiento de Kant. Que las representaciones empíricas de lo que está-ahí «en el espacio» transcurran «en el tiempo», en cuanto sucesos psíquicos, y que de este modo lo «físico» también se presente mediatamente «en el tiempo», no es en absoluto una interpretación ontológico-existencial del espacio como forma de la intuición, sino la constatación óntica de que el ente que está psíquicamente ahí transcurre «en el tiempo». (STJR:§70)
VIDE: (Zeit-Raum->http://hyperlexikon.hyperlogos.info/modules/lexikon/search.php?option=1&term=Zeit-Raum)
Tempo e espaço são para Heidegger co-ordenados. A espacialidade de Dasein é baseada ou “abarcada” pela temporalidade, embora esta “conexão seja diferente da prioridade do tempo sobre o espaço” que Heidegger descobre em Kant (SZ, 367; cf. GA3, 199s/136): “Somente baseando-se na temporalidade ecstática-horizontal é possível para Dasein entrar no espaço” (SZ, 369). Não obstante, depois de SZ Heidegger imagina um “tempo-espaço” unificado. Ele não é o “espaço-tempo (Raum-Zeit)” da física, mas Zeit-Raum, uma palavra forjada a partir de Zeitraum, a palavra usual para um “período/intervalo/espaço de tempo”. Ele também forja Zeit-Spiel-Raum, lit., “tempo-jogo-espaço”, baseando-se em Zeitraum e em Spielraum, lit., “lugar/espaço de jogo”, portanto, “espaço de jogo, liberdade de movimento”.
Tempo e espaço são muito diferentes. O espaço pode ser concebido como a ordem e estrutura de todos os seres-simplesmente-dados juntos, sendo, portanto, representado em um atualizar (Gegenwürtigung), em uma temporalidade definida. A representação do espaço é uma temporalização (Zeitigung). Mas isto não nos dá o direito de reduzir o espaço ao tempo. Cada um possui a sua própria essência, e não apenas na diferença de quantidade de “dimensões” como ordinariamente concebidas. Ao explorar, contudo, a essência de cada um, vemos que a sua essência é um tempo-espaço original e unificado: “Refletir sobre o tempo deste modo (em seus ‘ecstáticos’) já o traz, em sua relação com o aí (pré-) de Dasein, para a relação essencial com a espacialidade de Dasein e, portanto, com o espaço” (GA65, 189; cf. 377; GA12, 213s/106).
Podemos prosseguir em duas diferentes direções: 1. do tempo-espaço para o tempo e o espaço, 2. do tempo e do espaço para o tempo-espaço (GA65, 386, 388). A ideia de um Zeitraum é de uso limitado por ser puramente temporal: representa o tempo da maneira tradicional como “espaçoso, amplo (geräumig)”, e não é idêntica à abertura não-“espacial” do tempo com suas “retrações (Entrückungen)” como descrita em SZ. O tempo-espaço não é o espaço-tempo da física, nem é a ideia de que toda ocorrência histórica acontece em algum lugar e em algum tempo e assim determinada de modo espaço-temporal. Estas são conexões superficiais de espaço e tempo, enquanto tempo-espaço é a sua origem unitária, sua “raiz comum” (GA65, 377s). (DH)