Wertschätzung

Wertschätzung, Schätzung, avaliação, Einschätzung, avaliar

O pensamento contra “os valores” (Werte) não afirma ser sem valor tudo que se considera como “valores”, a saber, a “cultura” (Kultur), a “arte” (Kunst), a “ciência” (Wissenschaft), a “dignidade humana” (Menschenwürde), o “mundo” (Welt) e “Deus” (Gott). Ao contrário. Trata-se de se compreender de uma vez por todas, que, ao caracterizar (Kennzeichnung) algo como um “valor”, se lhe rouba a dignidade (Würde). O que quer dizer: ao se avaliar (Einschätzung) uma coisa como valor, só se admite o que assim se valoriza, como objeto de uma avaliação (Schätzung) do homem. Ora, o que uma coisa é, em seu ser, não se esgota em sua ob-jetividade (Gegenständigkeit) e principalmente quando a ob-jetividade possui o caráter de valor. Toda valorização, mesmo quando valoriza positivamente, é uma subjetivação (Subjektivierung). Pois ela não deixa o ente ser mas deixa apenas que o ente valha, como objeto de sua atividade (Tun). O esforço (Bemühung) extravagante, de se provar a objetividade dos valores, não sabe o que faz. Dizer-se que “Deus” é “o valor supremo” (den höchsten Wert), é uma degradação da Essência de Deus (Herabsetzung des Wesens Gottes). Pensar em termos de valor é aqui – como alhures – a maior blasfêmia, que jamais se possa pensar com relação ao Ser. Pensar contra os valores não significa, por conseguinte, tocar os tambores da desvalorização (Wertlosigkeit) e da nulidade (Nichtigkeit) do ente mas significa: pro-pôr ao pensamento, contra a subjetivação do ente, como simples ob-jeto, a clareira da Verdade do Ser (Lichtung der Wahrheit des Seins). (GA9:349; tr. Carneiro Leão)


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