Vorstellung, représentation, representação, representation, representación
Representation is a particular way of making something present to oneself by setting it before oneself as an object. This mode of making things present is distinctive of modernity.
“Representation” becomes a technical term in Heidegger’s writings around the middle of the 1930s, and is one of the key concepts in his diagnosis of modernity as the epoch of technology. In “The Age of the World Picture” from 1938, he defines it as follows: “to represent means to bring what is occurrent before oneself as something standing over against, to relate it to oneself, to the one representing it, and to force it back into this relationship to oneself as the normative realm” (GA5:91/QCT 131). He adds that the “original naming power” of this term is “to set out before oneself and to set forth in relation to oneself. Through this, whatever is comes to stand as object and in that way alone receives the seal of being” (GA5:92/QCT 132). In German, sich etwas vorstellen often means to imagine something, to make a picture of something in one’s mind. We may, for example, picture to ourselves the end of World War II, form an idea of how our brain works, or entertain a notion of truth. In all these cases, we have a mental presentation (Vorstellung) of some- thing that constitutes our “representation” of that particular part or aspect of the world. Herein is implied that a representation is our subjective take on reality, a kind of mental image of things that precisely re-presents rather than presents them to us as they are in themselves. Heidegger will exploit all of these implications of the concept of representation in order to show how it captures something essential about modernity: its ideal of rationality as well as the ontology that lies at the bottom of this ideal. And he will set out from the literal sense of the German verb vorstellen: to put (stellen) something before (vor) oneself, and in this way to single it out as an object. Representation thus always involves some degree of objectification. More precisely, in the modern epoch, the world is placed in front of man in such a way as to be transformed into a mere image of him. It is only by being represented by a cognizing subject that the world is intelligible, not to say real, at all. Or with yet another formulation, what modern science tells us is that the world of nature is nothing over and above the picture drawn of it in science. It is not so much that we now have a certain picture of the world but that the world itself has become a picture. (CHL)
VIDE: (Vorstellung->http://hyperlexikon.hyperlogos.info/modules/lexikon/search.php?option=1&term=Vorstellung)
representação
repésentation
representation
NT: Representation:
1. ideational (Vorstellung), 33, 62, 139, 154, 159, 203-204, 214, 217-218, 319, 321, 354, 359 (“ideas”), 367-369, 410, 424, 430; in the later marginal remarks (=fn), 8fn (-al abstraction of being), 153fn (cannot thematize clearing and presence), 319fn (as placing before -itself).
2. personal (Vertretung), 59, 82, 126, 239-240, 242, 253 (BTJS)
Vorstellung é uma “realização, apresentação, introdução” e “ideia, concepção, imaginação etc.” Vorstellung também compartilha da ambiguidade de várias palavras com -ung: ela pode significar o ato de “representar (Vorstellen)” ou “o que é representado (Vorgestelltes)” (GA6T2, 151).
Brentano reconheceu três classes de fenômenos mentais: 1. representação; 2. juízo; 3. interesse, emoções etc. Representar algo é ter consciência de algo ou tê-lo em mente, sem fazer qualquer julgamento sobre ele, ou avaliá-lo. Todos os fenômenos mentais envolvem representação: “Esta representação fundamenta não apenas o julgar, mas o desejar e qualquer outro ato mental. Nada pode ser julgado, nada pode ser desejado, nada pode ser esperado ou temido, se não for representado” (citado de Psychology from an Empirical Standpoint, GA20, 27s Cf. GA21, 95ss; SZ, 139). Heidegger possui diversas objeções. Isto envolve uma tendência teórica que sobreviveu em Husserl, mas foi descartada por Scheler, seguindo o exemplo de santo Agostinho e Pascal (GA20, 175ss; SZ, 139). O medo não se baseia em uma Vorstellung ou conhecimento prévios de uma ameaça. Vejo uma ameaça somente porque eu a temo (GA20, 396. Cf. GA6T1, 68, sobre a vontade). Humores básicos tais como angústia (Angst) e tédio (Langeweile) não são de ou sobre nada que poderia ser representado. A afirmação de Descartes e de Kant de que o que é dado em primeiro lugar é uma Vorstellung os cega para o mundo à sua volta, que não é nem representado nem reunido a partir de representações (GA21, 337). A visão de Brentano sugere, embora não acarrete necessariamente, que quando vejo, ouço ou penso sobre algo, aquilo que eu primeiramente ou diretamente ouço, vejo ou penso é uma Vorstellung. Vejo uma cadeira, não uma Vorstellung; recordo-me de uma viagem, não de uma Vorstellung — o “mais primitivo dos fatos (…) ignorado unicamente em nome de uma teoria” (GA20, 45; cf. GA21, 100s). Vorstellen ocorre, mas é o “deixar algo ser visto (Sehen-lassen von etwas)”, não algo que é ele mesmo visto, como uma figura (GA20, 45). Ver uma figura e ver algo em uma figura são bastante diferentes de ver algo ao vivo. Ver não envolve uma figura mental; “Nada deste tipo será encontrado; no simples sentido de percepção eu vejo a própria casa” (GA20, 56; cf. GA21, 162ss, 361s sobre a máscara mortuária, 364ss sobre pinturas; SZ, 217f; GA6T1, 505s). O ver é permeado pela linguagem e por categorias: “Primariamente e originalmente, não vemos tanto objetos e coisas; em primeiro lugar, falamos sobre eles; mais precisamente não expressamos o que vemos, mas vemos o que se diz sobre o problema” (GA20, 75). Heidegger vê uma profunda afinidade entre a teoria representacional da percepção e a teoria da verdade como correspondência: ambas envolvem “representações que copiam na alma os entes exteriores” (GA21, 162; GA6T1, 511,534ss, 554).
Vorstellung adequa-se a uma visão do si mesmo como sujeito. Em Kant, “o eu (Ich) foi forçado de volta para um sujeito isolado, que acompanha representações de um modo ontologicamente bastante indefinido” (SZ, 321). Heidegger rejeita essa posição — no período de SZ, porque assim se representa equivocadamente nosso ser-no-mundo (In-der-Welt-sein), mais tarde porque representa adequadamente nossa atitude antropocêntrica em relação ao mundo. Ele explora outros compostos de stellen e vários sentidos de vorstellen, escrevendo frequentemente vor-stellen com um hífen para realçar suas origens. (DH161-162)