Tod

Tod, mort, morte, muerte, death, Lebensende, end of life, τελευτή

A morte é a possibilidade da pura e simples impossibilidade-de-ser-‘aí’. (SZ:250; STCastilho:691)


“On this account, even the end of life (Lebensende), death, is called consummation (Vollendung) in view of a carrying-over (Übertragung) constituting a being-completed (Fertigsein) of life.” (Met. Δ 16, 1021 b 28 sq.) The carrying-over is grounded in the fact that the end of life has the character of what is outermost, τελευτή is τέλος.


VIDE: (Tod->http://hyperlexikon.hyperlogos.info/modules/lexikon/search.php?option=1&term=Tod)

mort (ETEM)
death (BTJS)

NT: Death (Tod), 104, 198, 233-234, 237-241 (§ 47), 240fn (and dying) 242, 245fn (as dying), 246-249 (§ 49), 249-252 (§ 50), 302, 306-308, 311, 317, 329, 345, 372-374, 382-387, 390, 424-425; being toward, 234-267, 301-302, 305-307, 309-310, 329, 337, 344, 348-349, 373-374, 386,390; freedom toward (for), 266, 384-385. See also anticipation; being toward the end; die, dying (BTJS)


Tod (der): «muerte». El primer contacto filosófico de Heidegger con el tema de la muerte se remonta a su lectura del libro de Karl Jaspers Psicología de las concepciones del mundo, en que se describe la situación límite (Grenzsituation) de la muerte. La primera tematización de la muerte como elemento constitutivo de la vida fáctica aparece en el Informe Natorp (1922) y cumple una función esencial en el tratado y en la conferencia de 1924, El concepto de tiempo, como fenómeno que abre al Dasein a una experiencia originaria de la temporalidad. Ser y tiempo completa el análisis del fenómeno de la muerte con una extraordinaria riqueza de matices. La idea central es que el Dasein es algo esencialmente inconcluso y en constante proceso de realización que está vuelto hacia su fin, la muerte. Al igual que sucede con los demás existenciarios, el fenómeno de la muerte se puede interpretar impropia y propiamente. 1) Por una parte, la muerte se diluye en la vida cotidiana, donde el uno tiende a encubrir el fenómeno de la muerte para generar así un sentimiento de tranquilidad respecto a ella. De todas maneras, la cotidianidad admite y reconoce la certeza de la muerte, si bien trata de encubrir y mitigar esa certeza. Así, aún distanciándose e ignorando la certeza de que en cualquier momento la muerte es posible, la cotidianidad incorpora dos elementos básicos de la muerte: su certeza (Gewißheit) y su indeterminación (Unbestimmtheit), a los que cabe sumar el hecho de que es la posibilidad más propia (eigenste), irrespectiva (unbezüglich), insuperable (unüberholbar) e inminente (bevorstehend). 2) Por otra, la muerte se puede asumir propiamente adelantándose, precursando, anticipándose (vorlaufen) a ella como posibilidad, a saber, como la posibilidad más extrema. En este adelantarse (Vorlaufen), el Dasein se comprende en su poder-ser más propio y en su ser-en-cada-caso-mío (Jemeinigkeit). La irrespectividad de la muerte, por tanto, aísla y singulariza al Dasein en la modalidad de la existencia propia. La asunción de la propia muerte es un ejercicio de responsabilidad por el que el Dasein conquista su libertad. Véanse las entradas complementarias Sein zum Tode (das) y Vorlaufen (das), vorlaufen. (NB, pp. 11 (caída), 12 (pensamiento muerte); GA63, p. 17; BZ, pp. 39-41; GA64, pp. 48 (del Dasein), 49 (propia y de los otros), 50 (indeterminación y certeza de la muerte), 51-56, 58 (adelantarse), 81; GA20, pp. 403, 424-426 (Dasein como totalidad), 427 (morir), 431-434 (muerte = fenómeno del Dasein), 435-438 (muerte en el modo de ser de la cotidianidad), 438-440 (relación originaria con la muerte); SZ, pp. 234-235, 235-264 (estar vuelto hacia la muerte), 266 (angustia), 306, 313, 373 (nacimiento), 384, 424 (huida ante la muerte).) (LHDF)


“Morte” é Tod, “morrer” é sterben. Sterben é distinto de ableben, (das) Ableben, “deixar de viver, falecer”, morte biológica que “como um acontecimento que ocorre é ‘apenas’ empiricamente certo” (SZ, 257). Scheler, que antecipou diversas ideias heideggerianas (tais como nossa tendência, intensificada pelo capitalismo moderno, de esconder a morte), argumentou que a certeza não-empírica da própria morte origina-se da observação de que a esfera de possibilidades abertas para uma pessoa diminui à medida que a vida desta pessoa avança e parece convergir para o limite de uma única possibilidade, se não para o total desaparecimento (Scheler (1979), 18ss). A contração progressiva da minha esfera de opções é inferida (o que pode ser objetado) da observação empírica, e depende da minha mortalidade. Se a juventude eterna me fosse concedida, poderia tornar-me um general ou um ator — opções que agora me são negadas pelo envelhecimento e mortalidade conhecidos por mim de outros modos. Heidegger não apresenta tais argumentos para a certeza não-empírica da morte. Ele assume que uma vida infinita seria inviável e incauta, tornando-se impossível decidir o que fazer ou quando fazê-lo. Ele focaliza quase exclusivamente a nossa própria morte; até mesmo o tempo termina com a nossa própria morte (SZ, 330s), uma afirmação difícil de conciliar com nossa estrutura essencial de ser-com outros, uma vez que pouco provavelmente todos os outros morrerão ao mesmo tempo que nós. É, diz ele, certo que morrerei. Não é certo quando morrerei. Posso morrer a qualquer momento. Nada posso fazer depois de minha morte. Ninguém pode morrer por mim. Devo morrer sozinho. Isto não tem o intuito de negar o companheirismo militar induzido pela morte iminente: “A morte mesma, que cada homem individual deve morrer por si, que reduz cada indivíduo à sua máxima individualidade, esta mesma morte e prontidão para o sacrifício que ela exige cria, antes de tudo, o espaço preliminar comum a partir do qual brota o companheirismo”. O companheirismo brota da angústia, da “proximidade metafísica do incondicionado, concedida apenas à mais elevada autoconfiança e prontidão” (GA39, 73). Isto é um caso de autêntico “ser para a morte”, Sein zum Tode, uma expressão formada por analogia com Wille zum Tode, “vontade de morte”, mas que abarca qualquer atitude que se possa ter em relação à própria morte, inautêntica (p.ex., negar, esquecer, temer, insistir em falar, suicídio etc.) ou autêntica. (DH)


«A angústia (Angst) da morte é a angústia “perante” o poder-ser (Seinkönnen) mais próprio, absoluto e inultrapassável. O perante-o-quê (Wovor) desta angústia é o próprio ser-no-mundo (In-der-Welt-sein)» (SZ:251). O ser-no-mundo torna-se um sinônimo da morte e inversamente. De modo que todos os existenciais se tornam nomes para a morte. Assim se estabelece uma equivalência entre morte e Geworfenheit, ou ser-lançado, entre morte e Verfallen ou decair. O ser-lançado, a decadência, a existência inautêntica total, tornam-se outros tantos nomes para a morte, mas igualmente os seus contrários: o projeto (Entwurf), a repetição (Wiederholung) autêntica! «O Dasein morre de maneira fáctica ao longo da sua existência, mas antes de mais, e o mais frequentemente, sob o modo da decadência» (Ibid.). Mas como o ser-para-o-fim (Sein zum Ende) é um projeto, a morte é também um nome para a própria existência (Existenz). Assim: «Existência, facticidade (Faktizität), decadência caracterizam o ser para o fim e são por consequência constitutivas do conceito existencial da morte» (SZ:252). A fuga (Flucht) perante a morte não é mais do que a fuga perante o próprio Dasein. A morte é o Dasein próprio, mas também o Dasein impróprio, visto que a Gente (das Man) é um reconhecimento evasivo do ser para a morte. A angústia por um lado, que desliga o Dasein e o retira da sua perda na Gente, a falsa segurança, por outro, atestam igualmente que a morte é o ser do Dasein. Se a morte está sempre já presente no coração do Dasein como o seu ser, por que é ainda necessário «antecipar-se» a ela? (HEH:36)


Dans l’existence humaine, la mort ne cesse d’échapper. « Le soleil ni la mort ne se peuvent regarder fixement », écrit La Rochefoucauld (maxime n° 26). Regardez, par exemple, comment cette maxime vous invite à la lecture : le soleil et la mort. Y a-t-il quoi que ce soit de plus éloigné l’un de l’autre? Et pourtant, tous deux «ne se peuvent regarder fixement». Pour être véritablement face à cette maxime, ne faut-il pas arriver à penser que le regard vers la mort est aussi fragile que notre rétine? Aussi sensible, autrement dit: tout aussi fragile qu’une rétine que brûlent les rayons du soleil. Apollon, le dieu solaire, les Grecs le pensaient comme étant aussi un Dieu tueur.

— Que manque-t-il aux dieux pour être le là ?

— La mort ! Ils sont im-mortels. Ils ne peuvent pas mourir. Ils voudraient qu’ils ne pourraient pas. Il leur manque la possibilité du rapport à la mort. C’est pourquoi Hölderlin dit que les dieux, en tant qu’immortels, ont besoin des êtres humains. (FHQ:24-25)