DOZE
Apesar de, no século passado, ter-se aceito o sistema métrico decimal, observa-se que em muitos países ainda predomina o sistema duodecimal. Igualmente encontramos este sistema predominando nos povos da Mesopotâmia, da índia e do Egito, nos seus respectivos ciclos culturais. A razão do emprego do sistema duodecimal é dada comumente pelo fato de ser mais favorável à divisibilidade e facilitar, assim, as operações.
Entretanto, dentro das idéias secretas das diversas religiões e doutrinas, o doze tem um sentido mais profundo e até revela uma lei universal. Poder-se-ia considerar o doze como produto da soma da década, que é a unidade sintética com o dois da oposição, tornando-se assim o símbolo da diferenciação.
Bastaria, no entanto, que observássemos que o nosso tempo cósmico nos dá um exemplo do doze nos períodos das quatro estações ou os três meses correspondentes. Não esqueçamos que o três é símbolo da seriação elementar que sempre se realiza por três: início, meio e fim. Cada estação inicia, perdura e termina, seguindo-se o ciclo das estações. Estes períodos constituem os doze meses do ano, admitidos universalmente em todas as grandes culturas.
Encontramo-los entre os povos pré-colombianos, no antigo Egito, nos chineses e hindus, cujos nomes são assinalados por palavras que se assemelham fonèticamente.
Não é, portanto, arbitrária a divisão duodecimal, pois já a encontramos presente no funcionamento cósmico.
O doze também se nos revela no campo da música, no círculo das combinações harmônicas, no conjunto das sete notas simples, que é completada na gama cromática dos sustenidos.
A divisão das horas obedece ao sistema duodecimal, inclusive os minutos. Os décimos de segundo já obedecem ao sistema decimal, pois foram incorporados na época moderna.
Doze são os signos do zodíaco, correspondentes aos doze meses, de uso universal. Encontramos ainda o doze nas doze trizus de Israel, nos doze patriarcas, nos doze apóstolos, etc.
O doze é simbolizado pelos quatro triângulos combinados, de dois em dois, na forma do quaternário.
Pitagóricamente o doze revela-se nas quatro tríades que correspondem às duas já por nós estudadas e mais a tríade dos seres intermédios entre a divindade e o cosmos, e a tríade que corresponde à divindade. Essa tríade intermediária surge dos arithmói archai, quando examinados como “leis das leis” (à semelhanças das formas angelicais).