Santos Existência Essência

EXISTÊNCIA E ESSÊNCIA
Existência: ex-sistência (estar aí, ex fora das causas) o que se acha na coisa, in re.

Existência é o fato de ser. Difere de essência, pois a existência consiste no fato de ser da essência.

Assim como se pergunta: “que é o ser?” pode perguntar-se: “qual o ser da existência? Em que consiste a existência, qual a essência da existência, bem como qual a essência da essência?

Metafìsicamente: a existência (metafísica) é a imediata união da existência e da essência.

Há existências e existências, com suas essências menores em extensão.

Se a toda existência corresponde uma essência, nem a toda essência corresponde uma existência, pois uma essência pode ser possível. (Este é um pensamento escolástico).

A existência é o fato de ser. E essência?

Para Aristóteles:

1) A substância enquanto substância primeira, (ousia próte), o ser individual, matéria;

2) o indispensável de uma coisa, a substância segunda (formal) (ousia deutera).

Assim essência é o “fundo” do ser, metafisicamente considerado.

Os escolásticos consideram essência: todos os elementos que, ao ser dados, põem como dada a coisa, sem que se possa suprimir nenhum deles.

O gênero é essência da espécie. O ser humano (humanitas), essência do indivíduo homem, tal ou qual.

Podemos fazer uma distinção entre essência, em sentido lógico e em sentido metafísico.

Metafìsicamente, a essência é o substancial, pelo qual se entende tanto o substancial individual (fático) como o geral (formal).

Este caráter dual da essência, já foi exposto por Aristóteles.

Logicamente, a essência é o que determina um objeto no processo da definição, e só então se pode falar, propriamente, de uma distinção entre a essência e a existência.

Tomás de Aquino dizia: “A essência é o que dá existência à realidade. Por isso convém que a essência, pela qual a realidade se chama ente, não seja tão somente a forma, nem tampouco a matéria, mas ambas, ainda quando apenas a forma seja, à sua maneira, a causa’ de seu ser”.

Husserl afirma, como já o faziam Duns Scot e Suarei, a inseparabilidade da essência e da existência.

Quer evitar, assim a forma apriorística, abstrata, vazia. É a generalidade concreta. (NA: Este tema analisaremos e discutiremos oportunamente ao estudarmos os princípios do ser.)

As ciências eidéticas, de que ele fala, são as que se fundam nas essências. As ciências fáticas são as experimentais.

Todas as ciências de fatos têm fundamentos essenciais teóricos nas ontologias eidéticas.