Physik

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O exemplo clássico do desenvolvimento histórico de uma ciência, mas ao mesmo tempo também de sua gênese ontológica, é o surgimento da Física Matemática. O decisivo em sua formação não reside nem no valor superior atribuído à observação dos “fatos”, nem na “aplicação” de matemática na determinação dos processos naturais – mas no projeto matemático da natureza da mesma. Esse projeto descobre previamente um subsistente constante (matéria) e abre o horizonte para que o olhar condutor considere seus momentos constitutivos quantitativamente determináveis (movimento, força, lugar e tempo). Unicamente “à luz” de uma natureza projetada dessa forma algo assim como um “fato” pode ser encontrado e ser posto no ponto-de-partida de um experimento delimitado e regulado pelo projeto. A “fundamentação” da “ciência-dos-fatos” somente foi possível porque os pesquisadores entenderam que por princípio não há “meros fatos”. No projeto matemático da natureza, o primariamente decisivo não é o matemático como tal, mas que esse projeto abre um a priori. Assim, o que a ciência matemática da natureza tem de paradigmático não consiste, pois, em sua específica exatidão, nem em ser obrigatória “para todos”, e sim em que, nela, o ente temático é descoberto da única maneira como um ente pode sê-lo: no prévio projeto de sua constituição-de-ser. Com a elaboração dos conceitos fundamentais do condutor entendimento-de-ser, determinam-se os fios-condutores dos métodos, a estrutura da conceituação, a pertinente (983) possibilidade de verdade e certeza, o modo-de-fundamentação e o modo-de-prova, o modus da vinculação e o modo da comunicação. O todo desses momentos constitui o pleno conceito existenciário da ciência. (SZ:362-363; STCastilho:983, 985)


A física moderna chama-se física matemática porque, num sentido eminente, aplica uma matemática muito determinada. Só que ela só pode proceder matematicamente de tal modo porque já é, num sentido mais (72) profundo, matemática. (GA5BD:100)


Se a física moderna (moderne Physik) tem de contentar-se, de maneira crescente, com o caráter imperceptível de suas representações (Vorstellungsbereich), esta renúncia ao concreto da percepção sensível não é decisão de nenhuma comissão de cientistas. É uma imposição da regência da com-posição (Walten des Ge-stells) que exige a possibilidade de se dis-por da natureza, como dis-ponibilidade (Bestand). Por isso, apesar de ter abandonado a representação de objetos que, até há pouco, era o único procedimento decisivo, a física moderna nunca poderá renunciar à necessidade de a natureza fornecer dados, que se possa calcular, e de continuar sendo um sistema dis-ponível de informações. Trata-se de um sistema que se determina por uma concepção mais uma vez alterada de causalidade. Agora a natureza já não demonstra nem o caráter de um deixar-viger pro-dutivo nem o modo de ser da causa efficiens ou até da causa formalis. Presumivelmente, a causalidade há de se reduzir a uma notificação provocada pelas dis-ponibilidades que se dis-ponham com segurança contínua ou sucessiva. É ao que correspondería o processo de crescente adaptação, descrito, de maneira impressionante, pela conferência de Heisenberg (W. Heisenberg, Das Naturbild in der heutigen Physik, in: Die Künste im technischen Zeitalter, München 1954, S. 43 ff.. (GA7CFS:25-26)


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NT: Physics (Physik), 9, 33, 60, 65fn, 95-96, 204, 206, 218, 361-362, 367, 401-402 (Yorck), 417 n. 4, 419, 428, 431 n. 30 (BT)