Leib, carne, corps vif, corpo vivo, living body, leiblich, carnal, corporal
O corpo vivo (Leib) do homem é algo de essencialmente outro que um organismo animal. (GA9, 324)
O corporal (leiblich) do homem nunca pode, fundamentalmente nunca, ser considerado como algo apenas simplesmente presente, se quisermos observá-lo adequadamente. Se eu colocar o corporal do homem como algo simplesmente presente já o destruí a priori como corpo (Leib). (GA89:214; tr. Arnhold & Almeida Prado)
(propre du Dasein). — Cf. SZ p. 056, 108, contextes où la confusion avec les corps « matériels » n’est pas possible. (Martineau)
O corpo somático (Körper), orgânico, condição insubstituível de toda existência.
VIDE: (Leib->http://hyperlexikon.hyperlogos.info/modules/lexikon/search.php?option=1&term=Leib)
corps (ETEM)
body (BTJS)
cuerpo (STJR)
NT: Body (Leib, living, human), 29, 54, 60, 96, 108, 121, 147, 346; and soul and spirit, 48, 117, 198, 368; as “figure” to fit, 70. See also Corporeality (BTJS)
Em Nietzsche, “a palavra e o conceito ‘Leben’ flutuam,” significando sucessivamente “entes como um todo”, “criaturas vivas (plantas, animais, homens)”, e “vida humana” (GA6, 573/N3, 87. Cf. GA65, 365). Leben está ligada ao “corpo”. Leib, o corpo humano, em contraste com Körper, o “corpo” meramente físico (GA15, 322: “o limite do Leib não é o limite do Körper”), vem de Leben, e já significou “vida”. Um verbo derivado desta palavra, leiben, sobrevive atualmente apenas na expressão wie er leibt und lebt, “ser de carne e osso”, lit. “como ele corporifica e vive”. Heidegger recupera Leiben e a sua ligação tanto com Leib quanto com Leben, falando de leibende Leben, “vida corporificante” e leibende-lebende Mensch, “homem corporificante-vivente”: Das Leben lebt, indem es leibt, “A vida vive corporificando” (GA6, 163, 223, 565/N1, 138, 192, N3, 79). O corpo não é, entretanto, um substratum físico ou biológico ao qual se sobrepõem níveis mais elevados: “Não ‘possuímos’ um corpo, ‘somos’ corpóreos (leiblich)” (GA6, 118/N1, 99). (DH)
O alemão possui duas palavras para designar o que chamamos de corpo: Körper e Leib. O primeiro termo é usado para designar o corpo no sentido de uma determinada configuração espacial e de uma certa presença física. Assim, ele é normalmente utilizado para falar dos corpos em geral. O segundo termo, por sua vez, possui uma relação direta com a vida e descreve o corpo animado, o corpo dotado de vida, o corpo em seu processo vital de interação com os elementos em jogo em seu processo de corporificação. Leib (corpo) possui de fato um parentesco etimológico com Leben (vida) na língua alemã. A fim de acompanharmos esta distinção, optamos pela inserção dos adjetivos “físico” e “vital” ao lado dos dois termos (N.T.). (Casanova; GFOposi:390)
Il en va de même avec le mot « corps » en français qui est à l’opposé de sa signification étymologique. Corpus en latin (comme corpse en anglais) c’est le cadavre. Mais quand on pense au corps en français, on pense à un lieu de vivacité : le corps est essentiellement vivant. En allemand Leib («corps») est étymologiquement très proche de leben (« vivre ») et Heidegger l’entend comme manière éminente pour la vie proprement humaine de se déployer (Voir Lettre sur l’humanisme (CartaH), p. 58: «Le corps (Leib) de l’homme est quelque chose d’essentiellement (wesentlich) autre qu’un organisme animal » (trad. Munier)). « Corps » en français est aussi quelque chose d’essentiellement humain : le français répugne à parler du « corps » d’un chien, d’une hirondelle, etc. La langue est fine : ce n’est écrit nulle part mais si l’on dit «il caresse le corps de son chien », on insinue que la personne en question présente de troubles penchants. Il y a des gens qui se focalisent sur la « chair » pour traduire Leib. « Chair », cela fait penser à la chair à pâté chez le «chaircuitier».) (FHQ:45)