Kultur

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“Cultura”, no sentido de cultivo e realização (“Cultura”) (“Historicismo).)) de “valores” e isto uma vez mais como “meta” ou como “meio” da humanidade populista ou nacional ou humana, ou ainda como “expressão” da vida popular, pressupõe a cada vez a concepção do ser como maquinação (produtibilidade representada) e é constituída apenas com base no domínio do homem como sujeito; o pensamento valorativo é a manifestação mais extrínseca do ser como objetualidade (a “crítica” à “cultura” enquanto tal realizada em Ser e tempo funda-se na determinação essencial da historicidade, na distinção entre história e historiologia, na interpretação da verdade como re-solução do ser-aí enquanto ser-no-mundo). O domínio da consciência cultural e, de acordo com ele, o domínio da política cultural empreendem uma consolidação crescente da Modernidade na direção do esquecimento do ser por ela posto em ação; não uma determinada configuração e degeneração da cultura e da consciência cultural, mas a “cultura” enquanto tal é o desenraizamento do homem e significa o desatamento de sua essência, de todo modo (149) infundada, da história; esta rejeição da “cultura” não é nenhuma “intercessão” em favor do estado de “natureza”; a distinção entre “natureza” e “cultura” se torna muito mais caduca por meio dessa rejeição, uma vez que a cultura sempre pressupõe a natureza1. A exclusão da história, contudo, não pode ser superada imediatamente por meio da “política”, porque a política, por sua vez, tomada completamente por uma pretensão total de domínio, significa apenas a virada da cultura para a essência maquinacional técnico-historiológica consumada do homem moderno.

(…) A “cultura” possui metafisicamente a mesma essência que a “técnica”. A cultura é a técnica da historiologia, o modo como o cálculo historiológico dos valores e a criação de bens se instaura e, com isto, se propaga o esquecimento do ser. (GA66MAC:§62)


Os gregos distinguem-se eles mesmos em relação aos outros povos e os chamam de βάρβαροι., aqueles que têm uma espécie estranha de linguagem que não é nem μῦθος, nem λόγος, nem ἔπος. Pois para os gregos, o oposto a “barbarismo” não é “cultura”, mas o morar no seio do μῦθος e do λόγος. “Cultura” só existe a partir do início do período moderno; iniciou no momento em que veritas se tornou certitudo, quando o homem colocou-se por si mesmo e criou a si mesmo, pela sua própria “cultivação”, cultura, e, pelo seu próprio “trabalho criativo”, tornou-se um criador, isto é, um gênio. Os gregos não conhecem nem algo como “cultura”, nem algo como “gênio”. Assim, é curioso que, também, ainda hoje, os melhores filólogos clássicos façam divagações sobre a “cultura genial” dos gregos. Do ponto de partida dos gregos, o que é chamado de “cultura” no período moderno é uma organização do “mundo espiritual” produzido pelo poder próprio do homem. “Cultura” é o mesmo, essencialmente falando, que tecnologia moderna; ambas são, num sentido estritamente grego, não-míticas. Pensado de modo grego, “cultura” e “tecnologia” são formas de barbarismo, não menos do que é “natureza” em Rousseau. (GA54SMW:105-106)


VIDE: cultura


VIDE: (Kultur->http://hyperlexikon.hyperlogos.info/modules/lexikon/search.php?option=1&term=Kultur)

culture (EtreTemps)
culture (BT)

NT: Culture (Kultur), 21, 51-52, 176, 178 379, 395-396; philosophy of, 167 (BT)


  1. φύσει δν e ποιούμενον, πρακτόν – ο modelo aristotélico.