Encontra-se aqui um jogo de palavras em alemão que é impossível verter para o português. A “coisa em si”, pertencente à intuição infinita, corresponde ao ente no seu surgimento (Entstand), sendo que Heidegger, decompondo a palavra alemã, expõe esse surgimento como um “vir-a-estar” (Ent-stand). É com este “vir-a-estar” que contrasta o ente como objeto (Gegenstand), pertencente à intuição finita, o qual é precisamente algo que, não sendo criado por essa intuição, se lhe contrapõe como algo que já lhe está “contra” (gegen) no sentido de diante dela; algo que está, não enquanto algo que vem a estar (Ent-stand), mas enquanto algo que já está aí contra ou perante nós (Gegen-stand). (Casanova; GA3MAC:49)