BLANK, Andreas. Biomedical Ontology and the Metaphysics of Composite Substances 1540-1670. Munich: Philosophia Verlag GmbH, 2010, p. 17-18
nossa tradução
Muitas concepções medievais da estrutura dos seres vivos foram construídas em torno da visão de que um ser vivo possui uma única forma substancial e que os constituintes de um ser vivo perdem suas formas substanciais anteriores no processo de geração do ser vivo. Por outro lado, algumas concepções modernas e proeminentes dos seres vivos foram construídas em torno da visão de que um ser vivo é constituído por corpúsculos com propriedades puramente materiais e mecanicistas, de modo que a noção de forma substancial não é necessária na análise dos seres vivos. Na maioria das vezes, vou me preocupar com pensadores do século XVI e início do século XVII que não concordaram com nenhuma das duas visões, mas que antes ocupavam posições em algum lugar. Esses pensadores combinaram a visão de que os seres vivos são individuados por uma única forma substancial com a visão de que os constituintes do corpo orgânico mantêm sua identidade durante e após o processo de geração de um ser vivo. Essa segunda visão surgiu em duas variedades: uma delas entendeu a identidade continuada dos constituintes do corpo como resultado da existência e operação contínuas da forma substancial desses constituintes; a outra variedade entendeu que a identidade continuada dos constituintes do corpo é resultado das propriedades da matéria sem, no entanto, invocar para esse fim a noção de forma substancial.
Many medieval conceptions of the structure of living beings were built around the view that one living being possesses a single substantial form, and that the constituents of a living being lose their previous substantial forms in the process of the generation of the living being. By contrast, some prominent early modern conceptions of living beings were built around the view that a living being is constituted of corpuscles with purely material and mechanistic properties, so that the notion of substantial form is not required in the analysis ofliving beings at all. For the most part, I will be concerned with sixteenth- and early seventeenth-century thinkers who did not subscribe to either view, but who rather held positions somewhere in between. These thinkers combined the view that living beings are individuated by a single substantial form with the view that the con stituents of the organic body retain their identity during and after the process of the generation of a living being. This second view came in two varieties: one variety understood the continued identity of body constituents to be a result of the continued existence and Operation of the substantial form of these constituents; the other variety understood the continued identity of body constituents to be a result of the properties of matter without, however, invoking for this purpose the notion of substantial form.