Horizont

Horizont, horizonte, horizon

Horizon (horizont) means “boundary” or “limit” and in this respect is the equivalent of the Greek horismos. The term appears throughout Heidegger’s work, where it sometimes refers simply to the larger context within which an idea, doctrine, or inquiry is located, but more significantly (though in a way that is not unrelated) to the constituting boundary (Grenze) within and from which something appears or is disclosed (thus implying a productive rather than merely restrictive understanding of “boundary” itself). In Being and Time, Heidegger specifies the aim of the work as the “interpretation of time as the possible horizon for any understanding whatsoever of being” (SZ 1), and “horizon” is thus associated with notions of “projection” and transcendence.” The problematic connotations of these ideas lead Heidegger away from the notion of horizon in the period after Being and Time. In the “Conversation on a Country Path about Thinking” (GA13:37-74; see also GA77:83-121/ 52-79), however, Heidegger focuses on the horizoning of the horizon itself, and so directly on a rethinking of horizon and horizonality, in a way that brings to the fore the spatial and topological connotations of these notions (especially their relation to notions of “the open” (das Offene), and “region,” Gegend/Gegnet) — something reinforced by Heidegger’s situating of the conversation as occurring on the country path. Although the term has a longer history, it is Husserl who first develops the idea of “horizon” (taking inspiration from William James’s notion of “fringe”) as a philosophically central concept. In Husserl, the horizon (differentiated into “inner” and “outer” horizons) operates in conjunction with the notion of intention as part of the determining structure of meaningful appearance. See also Place, Topology, the Between. (CHL)


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VIDE Horizontes
horizon (ETEM)

Horizon (Horizont), 19, 31 (of Kant’s problem), 39fn (as such overcome), 86 (freed by
analyses), 98 (beyond Descartes), 209 (foundations and), 270fn (instead of “foundations”), 365 (as whereupon of disclosure), 368 (transcendent versus specific), 421 (as “according to which,” kata) Four major ambits of the term “Horizon” (Horizont), ordered roughly according to descending comprehensiveness:
A. (Time as the transcendental) Horizon of (any and all) understanding of being, 1 (statement of provisional aim of treatise), 5, 17, 26, 38fn (is transcendence as the ecstatic), 39, 41, 92 (of constant presence), 235 (of time), 314 (of idea of being as existence), 423 (that gains access to world, significance, and datability), 437 (time as h. of being); of intelligibility of being, 100, 231
B. 1. Horizon of temporality (comprehensive): of temporality as ecstatic unity, 365; of whole of temporality determines the whereupon of disclosure, 365; of temporal constitution of Da-sein, 374; of facticity and thrownness, 383; horizons of earlier and later, and the clock-usage that makes present, 408, 421; of time-reckoning, 411-412; to gain access to world, significance, and datability, 423; of world time, 436; ecstatic h., 346, 348,365
B. 2. Horizon of temporality (specific dimensions): of expectation, 337; of remembering, 339; of awaiting retaining, 360-361, 407; of future, 365, 421 (of now-not-yet); of having-been, 365; of the present, 365; of disclosed world and specific h. of whereto of region, 368
C. Nearest (interpretive) Horizon of Average Everydayness: 50 n. 10, 66, 167, 175 (of structures of the being of Da-sein already obtained), 292-293 (where voice of conscience is “experienced”), 371 (“natural”), 376; of everyday understanding of being: 92 (of constant presence), 201 (of traditional concept of being), 294 (of vulgar understanding and interpretation of time), 427 (of vulgar concept of time)
D. Horizon of Research and Investigation progressively indicated in and for this treatise (miscellaneous formulations):
1. interrogative: 26, 37 (for further ontological investigation), 45 (of question of being), 166 (to understand language), 390, 437 (of question and answer)
2. phenomenological: disclosed by Husserl, 51 n. 11
3. ontological; 116, 194, 289 (for interpretation), 293 (appropriate for analysis of conscience), 320 n. 19 (of inappropriate ontology of objective presence), 377, 387, 422 (of idea of objective presence)
4. phenomenal: 167, 271, 334
5. of interpretation: 168, 223, 289,
6. conceptual: inappropriate “categorial,” 322; of a clarified being of the beings unlike Da-sein, 333
See also Foundation; Ground; Light (“in the light of”); Schema; Understanding of being (BTJS)


Mas então, o que é Horizonte? De modo bastante imperfeito e desajeitado podemos talvez dizer que Horizonte é “espaço” de abertura, a partir e dentro da qual as coisas vêm ao encontro e de encontro a nós, se nos apresentam, i. é, aparecem numa certa, cada vez diferenciada determinação de ser. Quanto menor a determinação na sua diferenciação, quanto mais geral a determinação, tanto mais vagos, indeterminados, vazios de conteúdo se nos apresentam os entes que aparecem a partir de e em um horizonte. É o caso do horizonte “algo” e os seus entes. Assim, entre algo, objeto, e coisa, em alemão, entre etwas, Objekt, Gegenstand, Ding, e Sache há uma espécie de “escalação” de adensamento “qualificativo” na determinação diferencial dos horizontes. E isto de tal modo que, na medida desse adensamento horizontal, a identificação ou a coincidência entre horizonte e os seus entes se intensifica. Assim, no caso da “coisa ela mesma”, em alemão Sache, o horizonte não é propriamente “espaço” dentro do qual se acham os entes, mas o horizonte se toma por assim dizer a dinâmica da estruturação da presença do ente ele mesmo no que há de próprio. Em vez de horizonte podemos também usar com maior concreção e propriedade a palavra mundo (Welt) na acepção do uso quando dizemos “isso contém todo um mundo de implicâncias”. Só que, se usamos o termo mundo em vez de horizonte, pode acontecer que no caso do horizonte algo, haja o mínimo ou nada de implicância, a tal ponto de a mundidade se “apresentar” como um “espaço vazio” e ali dentro o ente, ao passo que no Ding, as estruturações e texturas das implicâncias, constitutivas da mundidade se tornam bem complexas e densas, e na Sache se adensam, a ponto de aqui, se não tivermos boa sensibilidade própria de captação, a mundidade se apresentar como o oposto do horizonte algo (= espaço vazio), a saber como um bloco maciço ali ocorrente em si. No entanto, se conseguirmos ver bem, o que parece um bloco maciço, na realidade, é como o sumo, a concentração de todas as estruturas e implicâncias de um mundo numa coesão plena, densa, a tal ponto que essa auto-identidade de concentração monadológica inclui todos os mundos, digamos numa única singular perfilação do abismo insondável de ser. É provavelmente o caso da obra de Arte. Assim é radicalmente diferente um bloco de cimento maciço opaco na sua coisalidade de ocorrer e a presença de uma obra de Arte na mundidade da sua densidade de ser. No entanto, pode-se dar em nós uma espécie de miopia, em relação à clareira do horizonte ou do mundo na sua mundidade. Nessa miopia, vemos tudo como coisas-bloco, uma ao lado da outra. Trata-se de uma impostação do nosso “ver”. Esse “ver”, ao ver os entes, inclusive a nós mesmos, vê tudo como essa “coisa” maciça, esse bloco em si, e o faz sem nenhuma referência às estruturas e às texturas das estruturações do ente na sua mundidade, portanto apenas como isto e aquilo isolado ou ilhado em si. E isso de tal modo que a mútua relação entre os entes se estabelece a partir de fora, como relações acidentais que não dizem respeito à interioridade da coisa. Dito de outro modo, esse ver não vê a coisa na sua essência. E quem é o agente dessa impostação e dessa mútua relação entre os entes, que cria concatenações entre os entes-bloco? O sujeito homem que está “dentro” do horizonte p. ex. acima mencionado de algo (etwas) ou objeto (Objekt), a partir e dentro do qual capta o ente como ente-bloco, inclusive a si, portanto como este sujeito (ou este grupo, este conjunto nós, vós, eles e elas como bloco) no qual reside um centro, um núcleo “espiritual” eu. Assim, nessa impostação o que captamos da “coisa” ela mesma depende, em última instância, do interesse do sujeito que “vê” esta coisa, aquela coisa, este grupo e aquele grupo de coisas conforme a perspectiva do interesse do “eu”. O horizonte, o mundo na sua mundidade se transforma no interesse, entendido como instância do eu subjetivo. Este se separa do ente que aparece como realidade em si objetiva diante dele e os atos do sujeito se tomam fio de ligação entre o objeto e o sujeito. Nessa impostação, o que denominamos obra de arte é uma coisa, produto da atuação do Homem, enquanto expressão do seu interesse subjetivo denominado interesse artístico-estético. O que comanda e dá o caráter todo próprio denominado artístico-estético é o interesse subjetivo do sujeito-homem. Por ser expressão do sujeito-homem, para compreender a obra de arte é necessário conhecer no sujeito artista coisas como a hereditariedade físico-anímica, as suas experiências, suas ideias e vivências, as influências recebidas do meio ambiente sócio-cuitural, sócio-econômico etc, expressas e exteriorizadas no produto-obra de Arte, tendo como meios dessa exteriorização diversos materiais, conforme as modalidades da expressão artística como p. ex. na música, literatura, nas artes plásticas, no teatro, cinema etc etc. (Harada)


Em grego, horos era uma “divisa, limite, fronteira, margem, beira, linha divisória, definição (de uma palavra)”. Deu origem a horizein, “dividir ou separar como uma fronteira, marcar fronteiras, limites, fixar, marcar, estabelecer, definir etc.” Ho horizon (kuklos), “(o círculo) divisório”, era “o horizonte”, um termo usado não apenas em ótica e astronomia, mas também para a fronteira do conhecimento humano. Esta fronteira é finita em qualquer período dado, podendo, no entanto, estender-se indefinidamente, já que sempre podemos conceber um ponto de vista que nos possibilite transcender a atual fronteira do nosso conhecimento. Husserl fala de (der) Horizont ao explicitar a percepção. Não percebemos a solidez de um objeto de uma só vez, apenas um aspecto do mesmo. As percepções potenciais de todos os aspectos do objeto constituem seu “horizonte interno”. Um objeto relaciona-se a outros objetos, e estes a outros objetos. Este é o “horizonte externo” do objeto, que pode estender-se indefinidamente e abarcar a totalidade de mundo. (DH)


Horizont (der): «horizonte». En griego horos significa «mojón», «límite», «frontera». El término horizonte no sólo se utiliza en sentido espacial, óptico y astronómico, sino que también se usa para establecer el límite del conocimiento. Este horizonte es finito, pero puede extenderse indefinidamente. En el marco de la filosofía, resulta significativo el uso husserliano de la expresión der Horizont en su análisis de la percepción. No somos capaces de percibir un objeto por entero de una sola vez, pues las diferentes posiciones desde las que lo observamos sólo nos proporcionan distintos escorzos perceptivos. Las percepciones potenciales de todos los aspectos del objeto constituyen su horizonte interno; además, un objeto remite a otro objeto y éste a otros nuevos, lo que constituye su horizonte externo, es decir, el trasfondo en el que se dan los objetos intencionales de la conciencia. Heidegger toma el término Horizont de la fenomenología de Husserl, pero lo disocia de la percepción. Para Heidegger, un horizonte es habitualmente una posición, un punto panorámico desde el que se pueden «ver» ciertos asuntos, comprender diferentes situaciones, es decir, constituye una prefiguración significativa. El término Horizont aparece en distintos momentos del período de Friburgo (1919-1923) para hablar del «horizonte significativo del mundo», del «horizonte historiográfico», del «horizonte angustioso de la expectación de la existencia», del «horizonte que prefigura las direcciones de la pregunta». Con todo, el término Horizont ocupa un lugar central en la ontología fundamental de Ser y tiempo, donde Heidegger muestra que el tiempo es proyectado como el horizonte de la comprensión del ser. La existencia es la indicación formal del Dasein. El Dasein existe en una apertura temporal y espacial que prefigura el sentido de los entes. Esta prefiguración (Vorzeichnung) es un horizonte unitario en que se proyectan los tres éxtasis cooriginarios de la temporalidad del Dasein. El horizonte es el «adónde» (Wohin) que hace posible el movimiento extático, el movimiento de salir fuera de sí del Dasein. Y ese «hacia qué» constituye el esquema horizontal (das horizontale Schema). Cada éxtasis tiene su propio horizonte. El horizonte del pasado es la condición de arrojado (Geworfenheit), el del presente es el mundo y el del futuro es la muerte. Esta última es la posibilidad extrema que lleva al Dasein más allá de su seguro confinamiento en la vida cotidiana y lo proyecta hacia sí mismo. Después del viraje (Kehre), desaparece la necesidad de un horizonte de proyección de la existencia del Dasein. El Dasein se convierte simplemente en el ahí (Da) del ser, en su pastor (como expresa gráficamente en la Carta sobre el humanismo). El sentido del ser ya no se intenta explicar desde la proyección del Dasein, sino que emana del ser mismo en forma de un destino epocal que abre un claro en que se encuentra el Dasein. El Heidegger tardío asocia Horizont con la noción nietzscheana de Perspektive y, en ocasiones, también con el pensamiento representativo que reduce las cosas a objetos. Véanse asimismo las entradas Ekstase (die) y Horizontale Schema (das). (AKJ (GA9), pp. 22ss; GA17, p. 1; GA20, p. 358; GA24, pp. 143, 374-379 (carácter extáctico horizontal de la temporalidad), 428 (esquema horizontal de los éxtasis), 438; GA2, pp. 231, 235, 346, 360, 365-366, 368-369, 383, 421-422, 426-427, 437, 440, 444.) (LHDF)


One of those occasional words deeply secreted in the young Heidegger’s vocabulary, in part from his reading of phenomenology (cf. Ideen I, § 27, 44, 47, etc.). Passing mention in WS 1919-20 (GA58) of the “horizon of significance” of the world, in SS 1920 (GA59) of the “horizon of historiology,” in the Jaspers review (GA9:22, If.) of the “distressful horizon of expectation” of existence and of Jaspers’s own frequent usage of the term in “pacing off’ the limits of the psychic for psychology. “Horizons” of research and inquiry begin to proliferate perceptibly in the Marburg years, in conjunction with the Greek “horismic” sense of definition. In this role, a horizon provides prefiguration (Vorzeichnung) (500) outlining directions in the field of questioning. It first takes center stage on the opening page of BT when time is projected as the “potential horizon for any and every understanding of being.” (KisielBT)