tradução do inglês
A característica faceta do valor, enquanto aparece em contraste com a realidade, é geralmente chamada de subjetividade. Como um único objeto pode ter o mais alto grau de valor para uma alma e o mais baixo para outra, e vice-versa, e como, por outro lado, as diferenças mais extensas e extremas entre objetos são compatíveis com a igualdade de valor, aí parece permanecer apenas o sujeito com seus humores e respostas habituais ou excepcionais, permanentes ou mutáveis, como fundamento para avaliação. É desnecessário dizer que essa subjetividade não tem nada a ver com a subjetividade que se refere à “minha percepção” da totalidade do mundo. Pois a subjetividade do valor contrasta o valor com os objetos dados, independentemente da maneira como são concebidos. Em outras palavras, o sujeito que compreende todos os objetos é diferente do sujeito que é confrontado com os objetos; a subjetividade que o valor compartilha com todos os outros objetos não desempenha nenhum papel aqui. Sua subjetividade também não é apenas capricho; independência da realidade não significa que se possa conceder valor aqui e aí com liberdade irrestrita e caprichosa. O valor existe em nossa consciência como um fato que não pode mais ser alterado do que a realidade ela mesma. A subjetividade do valor, portanto, é antes de tudo apenas negativa, no sentido de que o valor não está atado aos objetos da mesma maneira que cor ou temperatura. Os últimos, embora determinados por nossos sentidos, são acompanhados por um sentimento de sua dependência direta do objeto; mas, no caso do valor, logo aprendemos a desconsiderar esse sentimento, porque as duas séries constituídas pela realidade e pelo valor são bastante independentes uma da outra. Os únicos casos mais interessantes do que esta caracterização geral são aqueles em que os fatos psicológicos parecem levar a uma visão oposta.
Em qualquer sentido empírico ou transcendental que a diferença entre objetos e sujeitos é concebida, o valor nunca é uma ‘qualidade’ dos objetos, mas um julgamento sobre eles que permanece inerente ao sujeito. E, no entanto, nem o significado e o conteúdo mais profundos do conceito de valor, nem seu significado para a vida mental do indivíduo, nem os eventos e arranjos sociais práticos com base nele, podem ser suficientemente compreendidos pelo referência do valor ao “sujeito”. O caminho para a compreensão do valor está em uma região em que essa subjetividade é apenas provisória e, na verdade, não é muito essencial.
The characteristic feature of value, as it appears in contrast to reality, is usually called its subjectivity. Since one and the same object can have the highest degree of value for one soul and the lowest for another, and vice versa, and since on the other hand the most extensive and extreme differences between objects are compatible with equality of value, there appears to remain only the subject with his customary or exceptional, permanent or changing, moods and responses as the ground for valuation. This subjectivity, needless to say, has nothing to do with the subjectivity that refers to ‘my perception’ of the totality of the world. For the subjectivity of value contrasts value with the given objects, regardless of the way they are conceived. In other words, the subject who comprehends all objects is different from the subject who is confronted with the objects; the subjectivity that value shares with all other objects does not play any role here. Nor is his subjectivity merely caprice; independence from reality does not mean that value can be bestowed here and there with unrestrained and capricious freedom. Value exists in our consciousness as a fact that can no more be altered than can reality itself. The subjectivity of value, therefore, is first of all only negative, in the sense that value is not attached to objects in the same way as is colour or temperature. The latter, although determined by our senses, are accompanied by a feeling of their direct dependence upon the object; but in the case of value we soon learn to disregard this feeling because the two series constituted by reality and by value are quite independent of each other. The only cases more interesting than this general characterization are those in which psychological facts appear to lead to an opposite view.
In whatever empirical or transcendental sense the difference between objects and subjects is conceived, value is never a ‘quality’ of the objects, but a judgment upon them which remains inherent in the subject. And yet, neither the deeper meaning and content of the concept of value, nor its significance for the mental life of the individual, nor the practical social events and arrangements based upon it, can be sufficiently understood by referring value to the ‘subject’. The way to a comprehension of value lies in a region in which that subjectivity is only provisional and actually not very essential.