Jonas: corpo ferramenta da alma

Quando em uma passagem do De Anima (cuja autenticidade é discutível), Aristóteles chega ao ponto de caracterizar o corpo inteiro como “ferramenta da alma”, trata-se já de uma transposição duvidosa o que tampouco coincide com o uso habitualmente biológico que ele faz da ideia de ferramenta, segundo a qual as partes do corpo vivo são ferramentas desse todo, isto é, do corpo animado. Além disso, o fato de descrever a relaçãoda alma com o corpo por meio da imagem do usuário da ferramenta, tornando a alma uma coisa externa, também contradiz o conceito aristotélico de alma como enteléquia imanente do corpo. (p. 119)