Filósofos medievais transformaram a energeia de Aristóteles em actualitas que, como o seu correlativo alemão, Wirklichkeit, sugere “fazer, efetuar, efetivar, operar” (agere, wirken).
Heidegger carateriza o modo em que se tem interpretado o agir, jogando com o radical, wirk, em seu tríplice emprego: como verbo, wirken (= causar efeito, desenvolver a força de uma eficiência no sistema de causa e efeito), como substantivo concreto, Wirkung (= o efeito, resultado da eficiência causal) e como substantivo abstrato, Wirklichkeit (= a realidade do efeito). Com isso se visa a exprimir que as três modalidades pertencem à mesma interpretação. Pode-se traduzir essa sistemática da causalidade do seguinte modo: “só se conhece o agir como a efetuação de um efeito, cuja efetividade se avalia por sua utilidade”. (Emmanuel Carneiro Leão, nota de sua tradução de “Carta sobre o Humanismo”)