Freiheit, liberté, liberdade, freedom, liberdad, Freilegung, libération, liberação, pôr-em-liberdade, exposition, Freisein für, être-libre-pour, ser livre para, being free for, freigeben auf, libérer vers, libérer à
Formulado de maneira diversa: Cassirer diz que não concebemos a liberdade, mas apenas a inconceptibilidade da liberdade. A liberdade não se pode conceber. A questão “como é a liberdade possível?” é absurda. Daí não se segue, porém, que, em certa medida, permanece aqui um problema do irracional, mas que, como a liberdade não é nenhum objeto do apreender teórico, mas antes um objeto do filosofar, tal não pode querer dizer outra coisa senão que a liberdade só é e pode ser na libertação. A única referência adequada à liberdade no homem é o libertar-se da liberdade no homem. (GA3MAC:282)
Por toda parte onde desperta um saber em torno da liberdade, a liberdade é de início concebida no sentido negativo, como ser-independente-de… Se encontra à base dessa autoimposição da liberdade negativa, sim, talvez do negativo em geral, o fato de o ser livre ser experimentado como um libertar-se de uma vinculação. O desprender-se, o afastamento dos grilhões, o alijamento de forças e poderes acossantes precisa ser uma experiência fundamental do homem, com a qual a liberdade no sentido negativo ganhe a clareza do saber. Em contraposição a essa determinação relativamente clara e ao que parece totalmente inequívoca e segura da liberdade negativa, a caracterização da liberdade positiva é obscura e plurissignificativa. A “experiência” dessa liberdade é vacilante e está submetida a mudanças particulares. Não apenas as concepções particulares da liberdade positiva são diversas e plurissignificativas, mas o conceito da liberdade positiva em geral também é indeterminado, sobretudo quando compreendemos, tal como acontece agora, por liberdade positiva provisoriamente o seguinte: a liberdade não negativa. Não liberdade negativa pode significar: 1. Liberdade positiva como o contrário da negativa; 2. Liberdade, que não é nem negativa, nem positiva, nem uma coisa, nem a outra. Nós escolhemos agora para nossas explicitações preparatórias uma determinada concepção de liberdade, sem qualquer fundamentação ulterior sobre por que exatamente ela. (GA31:20; GA31MAC:35-36)
VIDE: (Freiheit->http://hyperlexikon.hyperlogos.info/modules/lexikon/search.php?option=1&term=Freiheit)
NT: Free, freedom (frei, Freiheit): for authenticity or inauthenticity, 188, 268fn, 191, 195, 232, 344; for Being-guilty, 288; for the call of conscience, 287; for care, 122; for death, 264, 266, 384-385; for freedom of choice, 188; for oneself, 122; for possibilities, 191, 193, 199, 264, 285, 312, 344; for one’s ownmost potentiality-for-Being, 144, 191; for repetition, 385. See also Liberate (BTJS)
A liberdade de que aqui se fala não deve ser confundida com livre-arbítrio. Ela se liga à capacidade de transcendência que acompanha o ser humano enquanto tal. Mas não é uma característica do sujeito. É o lugar de encontro de ser e homem e assim é referida ao Dasein (ser-aí; por favor não se modalize o termo traduzindo-o por eis-aí-ser). Enquanto ligada à transcendência o filósofo pode vincular mais tarde esta liberdade à vontade e à clareira (Lichtung); ver Sobre a Essência da Verdade, Livraria Duas Cidades, São Paulo, 1970. Seria erro hipostasiar liberdade como algo entitativo ou interpretá-la na direção da substância ou da subjetividade da tradição metafísica. O filósofo forja precisamente estas difíceis cargas semânticas para se colocar além de uma visão substancialista ou subjetivista. Na raiz da liberdade, aqui em questão, está o enigma da aletheia como velamento (Verdecktheit) e desvelamento (Entdecktheit). (Ernildo Stein; MHeidegger:Nota)