Historizismus, historicismo, historicism, Historismus
Toda a historiografia (Historie) calcula o futuro (errechnet das Kommende) pelas suas imagens do passado (Vergangen), determinadas através do presente (Gegenwart). A historiografia é a constante destruição do futuro (Zerstörung der Zukunft) e da relação histórica com o advento do destino (Ankunft des Geschickes). Hoje, o historicismo (Historismus) não só não está ultrapassado, como só agora entra no estádio da sua expansão e solidificação. A organização técnica da esfera pública à escala mundial, através da radiodifusão e da já ultrapassada imprensa, é a verdadeira forma de hegemonia (Herrschaftsform) do historicismo.
Porém, será que podemos representar e apresentar (Vorstellung und Darstellung) a madrugada (Frühe) de uma idade do mundo de outro modo que não por via da historiografia? Talvez a historiografia seja ainda, para nós, um meio incontornável da presentificação do histórico (Vergegenwärtigung des Geschichtlichen). Isto, porém, não significa, de forma alguma, que a historiografia, tomada em si mesma, possa constituir uma relação com a história (Geschichte) dentro da história, tendo uma tal relação um raio de alcance de facto suficiente1. (GA5:326-327; GA5BD:377-378)
VIDE: (Historizismus->http://hyperlexikon.hyperlogos.info/modules/lexikon/search.php?option=1&term=Historizismus)
N.T.: No texto original, há um jogo de palavras que não se pode traduzir adequadamente para Português. Heidegger escreve: den im wörtllichen Sinne hin-reichenden Bezug etc.,“a relação, no sentido literal, hin-reichetid, suficiente”, como se hinreichend (“suficiente”) significasse, ao mesmo tempo, “suficiente” e “que alcança, que tem o devido raio de alcance”. Para não se perder o sentido do texto, optou-se por traduzir por “(uma relação) com um raio de alcance de facto suficiente” (onde o “de facto” traduz o im wörtlichen Sinne, que não faz sentido se não se reproduz o jogo de palavras). ↩