Die Zeit des Wetlbildes

IDADE DA IMAGEM DO MUNDO (Die Zeit des Wetlbildes).

Nesta palestra sobre o fundamento da imagem de mundo da modernidade através da metafísica, dada em Freiburg em 9 de junho de 1938, Heidegger defende que a modernidade é a idade do mundo como «imagem» e explica como o mundo se torna «enquadrado» desta maneira. Toda idade é fundamentada através de sua metafísica, que determina o ser das entidades e a experiência da verdade. Toda nova era começa com uma revolução metafísica. No princípio de sua palestra, Heidegger descreve cinco fenômenos fundamentais dos tempos modernos: (1) a ciência moderna, (2) a maquinação e a tecnologia, (3) a natureza da arte como experiência vivida, (4) a realização dos valores na cultura, e (5) a «desendeusamento» (Entgotterung), ou seja, a fuga e desaparecimento dos deuses. Em sua palestra, Heidegger somente discute a ciência moderna e a revolução metafísica que a fez possível.

A ciência moderna é essencialmente pesquisa e, como tal, é dominada pelo método. Limita-se a si mesma a regiões específicas de entidades que estão fundadas nas disposições características da realidade, por exemplo o movimento, e cada uma é estudada com métodos específicos. Porque a ciência moderna limita a si mesmo ao método, pode alcançar níveis de rigor e exatidão que eram impensáveis na episteme grega e na doutrina e scientia medieval. Em sua próprio cantinho, cada pesquisador segue o método de sua ciência tão rigorosamente e exatamente quanto possível. A ciência moderna tem sido institucionalizada e tem assim se tornado negócio. A fundação metafísica da ciência moderna é a objetivação de entidades, que por sua vez é fundada através do método. A ciência moderna não mais se preocupa a si mesma com o ser das entidades, mas somente com objetos. Como entidades se tornam objetos? Esta transformação só é possível quando as entidades não são mais descobertas em seu ser, mas representadas pelos sujeitos. Uma entidade é somente uma entidade se um sujeito a percebe. A verdade pode então não mais ser aletheia, o desencobrimento de entidades em seu ser; torna-se a certeza das representações.

René Descartes foi o primeiro filósofo a determinar o ser das entidades como representações e a verdade como certeza. A revolução científica da modernidade é ao mesmo tempo uma mudança metafísica no que significa «ser» humano. Os seres humanos se tornam sujeitos e, como subjetividade, a fundação de todas as entidades em seu ser e verdade. O mundo como a totalidade das entidades se torna uma representação ou imagem. A modernidade é a idade da imagem do mundo. (HDHP)