o quem
el quién
le qui
the who
VIDE Werheit
El quién no es éste ni aquél, no es uno mismo, ni algunos, ni la suma de todos. El «quién» es el impersonal, el «se» o el «uno» (das Man). (STJR §27)
NT: “Who,” the (das Wer), 45, 53, 113, 114-117 (§ 25), 126, 128-131, 267, 276, 311, 317, 375 (BTJS)
„Wer sind wir selbst?“
GA38 35-7, 40, 45, 46, 48-52, 55, 57, 59, 60, 63, 67, 69, 97, 109, 120; GA65 265. (HC)
Heidegger transforma com frequência um pronome em substantivo, acrescentando um artigo definido neutro e colocando a inicial maiúscula: das Nichts, “o nada”; das Was, “o quê”; das Wer, “o quem”; etc. Uma das suas mais felizes cunhagens deste tipo é das Man, “o impessoal”. (DH:96)
Dasein é um ente dotado de peculiar fluidez. Na maior parte das vezes, está submerso no impessoal, na rede, mas pode desenredar-se para tornar-se um eu ou si mesmo individual. Não é nem sujeito nem mundo: “O ser de Dasein é o ser do ‘entre’ sujeito e mundo” (GA20, 347). Quando perguntamos “Quem (Wer)” é Dasein, ao invés de “O que (Was)” é, estamos perguntando acerca de seu modo de ser corrente ou usual, não acerca de seu “quê” ou natureza intrínseca: Dasein é demasiadamente multiforme para ter um quê. (DH:97)
(…) quem é o ser-aí na cotidianidade mediana? (GA2:§12, p. 53) O impessoal mesmo é o sujeito da cotidianidade, entendendo esse termo aqui como correlato do domínio dos outros, do ser-com sobre o ser-aí próprio. Disperso no impessoal, o ser-aí se vê aqui absorvido em uma semântica, em uma sintaxe, em uma gramática e mesmo em uma prosódia e em uma estilística impessoais, de tal modo que todas as suas possibilidades de ser se mantêm aqui incessantemente no interior dos limites sedimentados do horizonte hermenêutico fático, oriundo de tradição encurtada, que se confunde com a sua experiência mais imediata de mundo, a experiência do mundo como mundo circundante ou como meio envolvente. (MACMundo1:152)
WHO, THE (das Wer). One of the basic methodological shifts that Heidegger makes in Being and Time is defining human being in terms of its individuality as a “who,” rather than generically in terms of “what” its nature is. Through his phenomenology, he transforms (299) Immanuel Kant’s pivotal question “what is man?” into “who is being-there?” The “who” of being-there points to the fact that human existence is defined through its potential for selfhood, that is, as “owned” or “unowned” depending on the extent of its uniqueness. As Heidegger outlines in Chapter 4 of the first division of Being and Time, the everyday self is just as likely to forsake its uniqueness as to cultivate it. Accordingly, the “who” of everydayness turns out to be the undifferentiated “they.” (HDHP:298-299)
Em Os Problemas Fundamentais da Fenomenologia (GA24), figura uma análise e discussão crítica da tese tradicional da ontologia medieval e antiga, de acordo com a qual a constituição ontológi-ca dos entes seria universalmente estruturada a partir de essência e existência. A tese também pode ser formulada em termos de perguntas: todo ente enquanto ente pode ser interpelado com uma pergunta dupla: o que ele é e se ele é (GA24, p. 123). A avaliação crítica consiste em discutir a validade universal da tese, ou seja, se a todo ente pertencem essentia e existentia. A resposta apresentada por Heidegger é negativa, mostrando que não há uma justificação suficiente para a afirmação universal da tese. Caso a tese seja dotada de um adequado significado ontológico, ela precisará ser limitada e modificada (GA24, 170). Essa restrição é derivada da consideração de um tipo de ente que não pode ser interpelado com uma pergunta pelo que (was), mas somente com perguntas que usam o pronome pessoal “quem” (wer). Os entes humanos, designados pelo termo ser-aí, configuram o caso crucial que exibe a restrição da tese. (RRRAM:70)
(…) quem é que possibilita o modo de ser, as possibilidades e suas implicações? A resposta aparentemente não deixa margem de dúvidas: os entes que são ser-aí efetuam a ação de possibilitar. Desse modo, tem-se uma série: a temporalidade originária temporaliza a unidade do cuidado, o poder-ser possibilita a determinação e individuação existenciais, o projeto possibilita as características de habilidade e, por fim, a temporalidade ekstática possibilita o projeto de ser em geral. (RRRAM:97)