modo de acesso
“Experiência” (Erfahrung), assim como todas as palavras básicas, tem seu significado modificado através da história. O que conta como experiência em um dado período depende de uma interpretação prévia de mundo, que não é em si mesma derivada de ou vulnerável à experiência. Por conseguinte, a conclusão da competição entre teorias científicas nem sempre pode ser definida pela “experiência”: “Não se pode dizer que a doutrina de Galileu da queda livre dos corpos é verdadeira e a de Aristóteles, que sustenta que corpos leves tendem a subir, é falsa; pois a concepção grega da essência do corpo, do lugar e da relação entre ambos baseia-se em uma interpretação diferente dos entes, engendrando, assim, um modo correspondentemente diverso de enxergar e examinar processos naturais” (GA5, 70s). Isto mostra a ideia geral de que nosso “modo de acesso” (Zugangsart) a um tipo de ente, por exemplo, átomos ou figuras históricas, varia se junto à concepção prévia que temos de seu ser (p.ex., GA41, 71). “A verdade de um princípio nunca pode ser provada pelo seu resultado. Pois a interpretação de um resultado como resultado é conduzida com a ajuda do princípio pressuposto, embora não fundamentado” (GA42, 166). (DH:61)