Sein bei e Besorgen, ser junto ao mundo circundante e ocupação (como uma modalidade genérica de ter o uso de ferramentas). É fácil perceber que as duas estruturas são correlativas, portanto, podemos nos perguntar até que ponto elas são realmente distintas. Pois “ser junto a/de…” (Sein bei) é ser/estar sempre junto a/de um mundo, junto a/de um ente intramundano, a/de um ente à-mão (Zuhandenes) determinado como uma ferramenta (Zeug): a porta que abro, a rua pela qual ando, a caneta com a qual escrevo. Agora, a relação fundamental com o mundo e com o ente-ferramenta encontrado no mundo é precisamente a ocupação (Besorgen). Assim, Heidegger usa repetidamente a frase besorgendes Sein bei (o ser junto ocupado) e sugere que entre as duas estruturas há uma co-pertencimento íntimo. Além disso, Heidegger às vezes parece estabelecer uma sinonímia entre os dois termos: “conseguimos captar o ser junto do à-mão como ocupação” ; “o ser junto… é ocupação”; “O ser junto do ente intramundano, a ocupação, é descobridor”.
Também podemos encontrar um co-pertencimento semelhante quando se trata do par Mitsein-Fürsorge. De fato, “ser junto” (Sein bei) e “ser-com” (Mitsein) são duas maneiras fundamentais pelas quais o Dasein existe no mundo: o Dasein existe co-originariamente tanto como “ser-junto” as coisas com as quais está ocupado, quanto como “ser-com” seus semelhantes. Por outro lado, Besorgen e Fürsorge designam modos da relação do Dasein com os entes que encontra no mundo: ocupação (Besorgen) é o título genérico que designa a relação com o ente que difere do Dasein (as ferramentas), enquanto solicitude (Fürsorge) é o modo genérico da relação com o Dasein dos outros. Assim, Besorgen e Fürsorge indicam a relação genérica do Dasein com os entes que encontra em seu mundo.
(CIOCAN, Cristian. Heidegger et le problème de la mort: existentialité, authenticité, temporalité. Dordrecht: Springer, 2014)