Um sinal que evidencia este processo é que em todas as partes aparece o gigantesco sob as formas e disfarces mais diversos. Por exemplo, o gigantesco também se mostra no sentido do cada vez menor. Estamos pensando nas cifras da física atômica. O gigantesco se afirma sob uma forma que precisamente parece fazê-lo desaparecer: na aniquilação das grandes distâncias graças ao avião, na representação em toda a sua cotidianidade, produzida prazenteiramente e sem nenhum esforço, de mundos estranhos e longínquos graças ao rádio. Todavia, crer que o gigantesco é simplesmente o vazio estendido até o infinito do que somente é quantitativo, é pensar de maneira demasiado superficial. Tampouco se pensa com o suficiente alcance quando se opina que o gigantesco, sob a forma dessas intermináveis coisas imensas nunca vistas, nasce unicamente de uma cega paixão pela exageração e pela superação. E não se pensa, em absoluto, quando se crê haver explicado o fenômeno do gigantesco com a palavra “americanismo”.
O gigantesco é antes aquilo por meio do qual o quantitativo se converte em uma qualidade própria e, portanto, em uma maneira especialmente destacada do grande. Cada época histórica não é somente diferentemente grande com respeito às outras, mas, além disso, tem o seu próprio conceito de grandeza. Porém, enquanto o gigantesco da planificação, do cálculo, da disposição e do asseguramento dão um salto desde o quantitativo a uma qualidade própria, o gigantesco e aquilo que aparentemente sempre se pode calcular por completo, se converte precisamente, por isso, no incalculável. O incalculável passa a ser a sombra invisível projetada sempre ao redor de todas as coisas quando o homem se converteu em subjectum e o mundo em imagem. [DZW]