ismos

O senhor pergunta: Comment redonner un seus au mot Humanisme?”. Essa pergunta provém do propósito de conservar a palavra “humanismo”. Pergunto-me, se é necessário. Será mesmo que ainda não está bastante clara a desgraça que provocam todos os títulos dessa espécie? Sem duvida, há muito que se desconfia dos “ismos”. Mas o mercado da opinião pública exige sempre novos. E sempre se está disposto a cobrir a demanda. [CartaH 28]


Quando o pensamento, saindo de seu elemento, chega ao fim, compensa essa perda, valorizando-se como techne, isto é, instrumento de formação, para se tornar, com isso, atividade acadêmica e, posteriormente, atividade cultural. A filosofia se vai transformando, aos poucos, numa técnica de explicação pelas últimas causas. Já não se pensa. Ocupa-se de “filosofia”. Na porfia da concorrência, tais ocupações se apresentam publicamente como ismos e procuram sobrepujar uma à outra. O domínio desses títulos não é um acaso. Baseia-se, principalmente nos tempos modernos, na ditadura toda particular da publicidade. [CartaH]