Abgeschiedenheit

Abgeschiedenheit, despedida, adieu, desprendimento, desapego, detachment, apartness, departedness, recogimiento, retraimiento, ser separado, abschied, despedida, adieu

A palavra alemã usada por Heidegger é Abgeschiedenheit, expressão muito usada pelo místico medieval Mestre Eckhart. Heidegger usa esse termo explorando as suas várias dimensões de significado. Abgeschiedenheit compõe-se a partir do verbo scheiden, cortar, separar, guardando a experiência da despedida, Abschied. O prefixo ab, que corresponde ao latino des, indica a separação como um desprendimento e não como uma perda. (GA12PT:Nota)


Traduzir Abgeschiedenheit por desprendimento pode nos levar a entender desprendimento na acepção de renúncia, desapego e abnegação. Como usualmente esses termos são ouvidos na acepção ascético-moral, o desprendimento, principalmente quando aplicado às criaturas, pode ser também interpretado a partir de e dentro do sentido ascético-moral. Em Eckhart desprendimento diz a essência, o ser de Deus, portanto, tem um sentido ontológico. Não se trata aqui, nem em Deus nem na criatura, de renúncia, desapego e abnegação como privar-se de algo, carecer, mas sim da plenitude do ser da liberdade, da plena soltura de ser. A partir e na dimensão dessa plenitude livre de ser é que deveríamos tentar interpretar as categorias ascético-morais de termos como renúncia, abnegação, desapego, limite, finitude, como possibilidades livres da disposição de ser, onde não há a ideia de privação como falta, lacuna, como vazio, mas há simplesmente plenitude concreta, bem determinada. É a limpidez da nitidez pura, livre e “despojada” de tudo que não é ela mesma. (Excertos do glossário do tradutor, Enio Paulo Giachini, da versão portuguesa dos “Sermões Alemães” de Mestre Eckhart)


Le « déclin » est « posé dans le commencement » (GA66, 167). Son « début » est la « dévastation » (GA70, 86). Selon Heidegger, cette « dévastation » est l’événement où l’« étant est déchu de sa domination sur l’être » tout en demeurant. Le philosophe explique que, dans cette perte de la domination de l’étant, le « déclin » est une « rechute », un « retour au commencement » (Rücksturz in den Anfang). En ce sens, le « déclin » est aussi un « adieu » (Abschied). Or, cet « adieu » n’est pas adressé au passé. Heidegger le caractérise comme « venue initiale » (anfängliche Ankunft). Pour l’être, cette venue initiale s’ouvre comme un retour à la « dimension retirée (Abgeschiedenheit) de l’abritement (Verbergung) ». Toutes ces déterminations doivent être entendues comme autant de jalons dans la pensée heideggerienne de l’eschatologie de l’être. (LDMH)

desprendimento (CLINGUA)