Na história da metafísica (e, portanto, em geral, na filosofia até o momento), a determinação da linguagem (Bestimmung der Sprache) é feita derivar de λóγος, em que λóγος é entendido como asserção (Aussage) e isso como síntese de representações (Verbindung von Vorstellungen). A linguagem assume a tarefa de afirmar a entidade. Ao mesmo tempo, a linguagem, novamente como λóγος, é atribuída ao homem (ζῷον λóγον ἔχον, zoon-logon-echon). As referências fundamentais da linguagem, das quais a “essência” (Wesen) e a “origem” (Ursprung) são derivadas, são atribuídas à entidade como tal e ao homem.
Dependendo da interpretação de animal racional, e dependendo da concepção do nexo da ratio (da palavra (Wort)) com o ente e com o ente supremo (deus), resultam diferentes variantes da ‘filosofia da linguagem’. Mesmo quando essa designação é empregada de forma imprópria, a linguagem como um objeto (ferramenta, construção moldável e criação) cai no domínio da consideração filosófica ao lado de outros objetos (arte, natureza e assim por diante). Certamente, deve-se reconhecer que essa construção especial acompanha toda representação (Vorstellen) e, portanto, se estende por todo o reino da entidade como seu modo de expressão (Ausdrucksweise). Mas é igualmente certo que essa consideração vai pouco além daquela determinação inicial da linguagem que, de uma maneira bastante indeterminada, estabelece sua referência à entidade e ao homem. Mal se faz uma tentativa de compreender mais originalmente a essência do homem e sua relação com o ente, e vice-versa, tomando essa referência à linguagem e com base na linguagem. Isso, de fato, já exigiria colocar a linguagem, por assim dizer, fora das referências. No entanto, onde ela deveria se basear, se é evidente que um ser aí presente da linguagem em si contradiz toda a experiência?