No caminho para a essência interior da sensibilidade e da , o que Heidegger descobriu foi a estrutura última do conhecimento objetivo, o fundamento das condições da tal como Kant as tinha estabelecido. Mas o objeto da sua busca continua a ser esta , como mostra uma das intuições fundamentais do seu pensamento, tão próxima do objetivo, a intuição do ato essencial do fundamento: o auto-afetar-se. Porque é que esta intuição acabou por não determinar o seu objeto? Esta questão foi (…)
Responsáveis: João Cardoso de Castro (doutor Bioética - UFRJ) e Murilo Cardoso de Castro (doutor Filosofia - UFRJ)
Matérias mais recentes
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Dufour-Kowalska (1996:41-44) – sensibilidade e imaginação
2 de dezembro, por Cardoso de Castro -
Dufour-Kowalska (1996:34-37) – imaginação, Kant-Heidegger
2 de dezembro, por Cardoso de Castro[…] Qual é, então, a faculdade originária que desdobra o horizonte ontológico que torna possível toda a manifestação ôntica, que forma, como diz Heidegger, o campo da nossa “abertura” ao ente enquanto tal?
Para descobrir este fundamento primário, temos de nos elevar a partir das condições a priori de todo o conhecimento, entrando na interação das faculdades que o põem em jogo. Kant distingue três faculdades do conhecimento: 1. a , que recebe o ente através dos sentidos como matéria (…) -
Dufour-Kowalska (1996:39-40) – filosofia da imaginação
2 de dezembro, por Cardoso de CastroCom a determinação da subjetividade como temporalidade ek-estática, o princípio do conhecimento ontológico que determina todo o conhecimento de algo, o projeto filosófico de Heidegger em Kant e o Problema da Metafísica [GA3] chega ao fim. Qual é, no entanto, o significado do projeto de Heidegger no que diz respeito ao conceito de ? É isto que temos agora de examinar. E veremos que a imaginação, ao deixar de “cair no corpo”, como diz Alain, ao ser elevada ao cume da vida do espírito, não (…)
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Dufour-Kowalska (1996:21-24) – sensibilidade em Merleau-Ponty
2 de dezembro, por Cardoso de CastroEncontramos no autor da Fenomenologia da Percepção (à qual nos limitaremos aqui) , as três teses, ligeiramente modificadas, embora consideravelmente mais complexas, que expusemos no início deste capítulo, e que conduzem de novo à desvalorização da sensibilidade e, em última análise, à negação da sua essência.
A estrutura relacional da sensibilidade, que é identicamente a sua redução à sensação — a que M. Henry, nos textos em que denuncia o conceito tradicional do sensível dado, chama (…) -
Dufour-Kowalska (1980:55) – afetividade como ato do Si
1º de dezembro, por Cardoso de CastroEntremos agora nesta pura realização do “sentir-se a si mesmo” e tentemos apreender o que nele se dá, o que ele constitui em si mesmo, a essência que nele se afirma. O que se sente a si mesmo, como esse mesmo sentir e nesse sentir, o que originalmente se dá a si mesmo como sua própria realidade, é o Si enquanto tal. “A afetividade é a essência da ipseidade” [MHEM:581]. Esta afirmação implica uma dupla determinação: a do Si como afetividade e a da afetividade como ato do Si. Se o Si é [56] (…)
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Dufour-Kowalska (1980:38-40) – problemática da receptividade
1º de dezembro, por Cardoso de CastroO pensamento de M. Henry é orientado por uma problemática definida, que de fato se sobrepõe à questão da manifestação da essência: a problemática da receptividade. De fato, qualquer manifestação de algo implica a recepção desse algo, e esta recepção pressupõe o poder de receber precisamente o que é dado em cada fenómeno. Se, então, a essência de qualquer manifestação deve ela própria manifestar-se, deve envolver um poder de receptividade, deve constituir uma receptividade original que funda, (…)
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Dufour-Kowalska (1980:54-55) – afetividade
1º de dezembro, por Cardoso de CastroAfetar-se imediatamente é fazer experiência de si mesmo. Mas experimentar-se desta forma, sem o intermédio dos sentidos, é o que significa a afetividade na pureza do seu conceito. A afetividade surge no coração do conceito de auto-afetar-se como o seu significado concreto. Ela representa, como diz M. Henry, a “efetivação” fenomenologicamente concreta de auto-afetar-se, da recepção interna da essência, isto é, da sua revelação imanente. A afetividade é o próprio conceito desta revelação, ou (…)
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Dufour-Kowalska (1980:38-40) – autonomia da essência
1º de dezembro, por Cardoso de CastroO que é que significa a autonomia da ? Significa a realização da essência em si e por si mesma. Implica, portanto, o postulado da da essência. “A essência da manifestação (deve) ser capaz de se manifestar”, diz M. Henry [MHEM, 164]. Porque a essência se realiza em si e por si mesma, o fundamento da sua manifestação está nela própria e na estrutura que a define. O problema que agora se coloca é o seguinte, segundo a ordem das questões que levanta: como é possível a manifestação da essência (…)
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Marion (1998:§1) – princípio da dação
30 de novembro, por Cardoso de CastroPodemos agora compreender como a invocação de um princípio na fenomenologia não contradiz, no entanto, o direito do fenômeno a mostrar-se; de fato, o princípio da dação é precisamente o de que nada precede o fenômeno, a não ser o seu próprio aparecimento a partir de si mesmo; o que equivale a postular que o fenômeno ocorre sem outro princípio que não ele próprio. Em suma, o princípio, como o da dação, dá primazia ao fenômeno — não é tanto um princípio primeiro como um princípio último. (…)
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Salanskis (1997b:102-104) – temporalização
29 de novembro, por Cardoso de CastroPara ele [Heidegger], o modelo de toda a estranheza , a estranheza da referência, é o do Ser em relação ao ente. O Ser, enquanto acontecimento, dádiva, significado, é “absolutamente outro” que cada ente, embora esteja oculto nele — a nossa relação com o Ser é necessariamente obscurecida pela nossa relação com o ente. A compreensão da estranheza é, pois, antes de mais, essencialmente, a compreensão da “diferença ontológica” entre o Ser e o ente. Mas desta diferença propriamente dita a (…)
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