Objekt
objet object objeto, ob-jeto VIDE Gegenstand
NT: Object (Objekt): and judgment, 156, 216; and subject, 59-60, 156, 176, 179, 192, 204, 208, 216, 219, 366, 388; and world, 60, 179, 203, 366; of historiography, etc., 10, 375-376, 392, 397, 401 (BTJS)
Penso que a questão kantiana fundamental se resume na questão de regras (Regel), no sentido de que o que Kant quer saber é a construção (Bauen) do objeto. Em Heidegger, não é simplesmente a construção do objeto que o interessa, porque nele há uma crítica a priori do objeto, no sentido do objetivismo. Sobretudo porque a ontologia da coisa não retoma em Heidegger, ao menos em Ser e tempo. Então, o transcendental em Heidegger não comanda a construção do objeto – esse objeto que nós conhecemos em qualquer conhecimento empírico, precisamos conhecer esse objeto, como é que ele é objeto de nosso conhecimento? É isso que Kant tenta fazer. Heidegger dirá que o existencial “compreensão” (Verständnis) sempre produziu o caráter de objetividade (Objektivität) deste objeto. Nós sempre sabemos o que é o objeto. Nós não podemos ir atrás do processo que produz o objeto ou pelo qual nós produzimos o objeto. O objeto sempre está condicionado pela compreensão do Dasein (Verständnis des Daseins) enquanto ser-no-mundo (In-der-Welt-sein). Esta compreensão é anterior ao objeto. Aí ele criticar é naturalmente, toda a tradição kantiana, cartesiana, como seguindo o modelo da relação sujeito-objeto (Subjekt-Objekt-Beziehung), no juízo (Urteil), nos enunciados, em que o a priori é o apofântico (apophantisch) e não hermenêutico (Hermeneutik) – o como se produz o objeto é hermenêutico em Heidegger, neles é apofântico, isto é, depende do juízo e da linguagem (Sprache). Em Heidegger, ele já sempre está dado na sua condição de possibilidade (Bedingung der Möglichkeit). Nesse sentido, o que Heidegger rompe aqui, à diferença de Kant e toda a tradição transcendental, é com a ideia de construção do objeto. O objeto não precisa ser construído, não se trata de construir o objeto na proposição, na sentença, porque ele sempre está constituído pela compreensão que eu tenho, pela pré-compreensão (Vorverständnis). Então, o esquema da relação sujeito-objeto é o esquema metafísico, é o esquema objetivista que sobrou para a tradição transcendental kantiana. Assim, a construção transcendental do objeto em Heidegger chega tarde. Eu sempre sigo regras, enquanto eu sou (Ich bin), na construção do objeto e essas regras são transcendentais, mas ligadas ao mundo prático e não ao sujeito. (ESVerdade:45-46)
(VGKH)
Objeto/Objetidade (Objet/Objectité):
Husserl também utiliza o termo “objetidade” (ou “objetividade”, em algumas traduções) para ampliar o conceito de objeto. Isso porque o que é visado por uma consciência não se limita a objetos sensíveis (como uma mesa, uma árvore etc.), mas inclui também significações ideais (um teorema matemático, uma regra gramatical, um número etc.).
Para abranger tudo aquilo que pode ser intencionado — independentemente de seu estatuto (sensível ou ideal) —, Husserl recorre ao termo “objetidade” (Objektität).
