Ich
Ich (das): «yo». Heidegger repite en multitud de ocasiones que el yo no se puede entender ni como sujeto ni como substancia. El yo no es una cosa con propiedades definidas; tan solo expresa una estructura intencional y como tal está situado histórica y temporalmente. Véase también la entrada Selbst (das), Selbstheit (die).
Heidegger é geralmente hostil a das Ich. Ele o associa a teorias que isolam o eu do mundo e dos outros entes, como um caracol em sua concha (GA20, 223s), que tratam o eu como objeto de observação teórica e o consideram como uma coisa ou substância. O eu não é idêntico ao si mesmo: “Este ‘eu-em-sentido-puro’, este ‘eu-ponto-de-referência’, é apenas um acompanhamento vazio. Não ajuda a ter experiências, sendo inadequado para o papel do si mesmo” (GA58, 247). Em geral eu não focalizo em mim mesmo, explícita ou isoladamente, o meu envolvimento com as coisas e com os outros: “Eu experimento a mim mesmo, deparo-me comigo mesmo, de todos os modos possíveis, mas sempre exatamente como eu experimento outras coisas: o relógio na escrivaninha, os grifos, as notas de rodapé no texto acadêmico. Em um círculo social, estamos todos nos divertindo ou pensando sobre algo, eu mesmo me misturo ao grupo , eu não preciso estar lá de nenhuma outra maneira, na experiência fugidia” (GA58, 97). Desde o início, Heidegger descreve tal consciência cotidiana e derivada de si como das Michselbsthaben, “ter-a-mim-mesmo”. Ter a mim não significa focalizar o eu como objeto, inferir das minhas experiências um eu experimentador, ou enxergar o eu como o resultado de um agregado de todas as minhas experiências. Ele é “o processo vivo de ganhar e perder familiaridade com a própria vida concretamente vivida, Eu tenho a mim mesmo significa: a situação viva torna-se inteligível“ (GA58, 165s Cf. GA9, 29).
