As referências aos deuses em Heidegger e Hölderlin giram em torno de:

• Ausência e espera (no mundo moderno, os deuses fugiram).

• Poesia como mediação (os poetas nomeiam o divino).

• O “último deus” (uma figura pós-metafísica do sagrado).

• A morte de Deus (em Nietzsche, como fim da metafísica tradicional).

Esses temas mostram uma transformação na relação com o divino, onde o sagrado não desaparece, mas se recolhe em novas formas de pensar e poetizar.

• Espaçar é abrir lugares onde um deus aparece, onde os deuses fugiram ou onde a divindade tarda a surgir.

• O homem não decide se os deuses aparecem ou se ausentam; isso pertence ao destino do ser.

• O sagrado é o único espaço essencial da divindade, permitindo a abertura da dimensão dos deuses.

• A existência humana não decide sobre a existência ou não-existência de Deus ou dos deuses.

• Heráclito diz aos visitantes: “Também aqui estão presentes os deuses”, mostrando que o divino habita até no cotidiano.

• Os mortais habitam ao esperar os divinos, sem fabricar ídolos, mantendo-se abertos à sua chegada ou ausência.

• Protágoras afirma que não podemos saber se os deuses existem ou não, devido ao ocultamento do ser e à brevidade da vida humana.

• A decisão metafísica fundamental envolve a distinção entre o ser e os entes, incluindo deuses e homens.

• As “ideias” de Platão são como os aspectos visíveis dos deuses e de todas as coisas, fundamentando o que consideramos real.

• Nietzsche proclama a “morte de Deus” como o fim dos valores metafísicos tradicionais.

• A frase “Deus está morto” simboliza a desvalorização dos valores supremos e a necessidade de novos fundamentos.

• Os poetas nomeiam os deuses, mas estes só vêm à palavra quando convocam os homens.

• Hölderlin diz: “Poeticamente o homem habita esta terra”, referindo-se à relação entre humanos e divindades.

• A poesia é inútil no sentido prático, mas essencial para revelar o sagrado.

• O templo e a estátua não representam os deuses, mas os tornam presentes.

• A tragédia não representa os deuses, mas luta pela decisão entre o sagrado e o profano.

• Hölderlin pergunta: “Para que poetas em tempos de penúria?”, referindo-se à era da “noite do mundo”, onde os deuses fugiram.

• Os poetas guardam os vestígios dos deuses ausentes, preparando seu possível retorno.

• O “último deus” não é um deus tradicional, mas uma figura do acontecimento (Ereignis), além do monoteísmo e politeísmo.

• A morte dos deuses antigos não significa ateísmo, mas uma transformação na relação com o divino.

• A “perda dos deuses” não é simples ateísmo, mas uma indecisão sobre o divino, onde a religiosidade se torna mera experiência subjetiva.

• Hölderlin fala dos “deuses presentes” que estão tão próximos que devem ser nomeados em silêncio.

• O poeta é aquele que, necessitado pelos deuses, os chama antes de sua plena manifestação.

• O conto chinês do “árbol inútil” simboliza que o que parece inútil (como a poesia) pode abrigar o sagrado.

• Goethe diz: “Os deuses permanecem mudos”, indicando que o ser não se explica por um “porquê”.

• Hölderlin pergunta onde estão os deuses hoje, já que Delfos (o oráculo de Apolo) “dorme”.

• Homero mostra que os deuses não se revelam a todos, apenas àqueles que podem percebê-los.

• Heidegger reflete: “Chegamos tarde demais para os deuses e muito cedo para o Ser.”