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GA65 – verdade do ser

Wahrheit des Seins

A partir dessa indigência, a fundação da verdade do ser e a fundação do ser-aí se tornam necessárias. GA65 (Casanova): 8

Essa necessidade realiza-se na decisão constante, que atravessa de maneira dominante todo ser humano histórico: quer o homem seja futuramente alguém pertencente à verdade do ser e, assim, alguém que abriga a partir dessa copertinência e para ela a verdade como verdadeiro no ente, ou quer o começo do último homem expulse o homem para o interior da animalidade dissimulada e permaneça recusado para o homem histórico o último deus. GA65 (Casanova): 8

Só a história, que se funda no ser-aí, tem a garantia de uma copertinência à verdade do ser. GA65 (Casanova): 8

Quer dizer, no sentido da “questão do ser” que é a única a se mostrar como diretriz em Ser e tempo: o tempo como o tempo-espaço recolhe em si a essência da história; na medida, porém, em que o tempo-espaço é o abismo do fundamento, isto é, da verdade do ser, reside em sua interpretação da historicidade a referencialidade para a essência do próprio ser. GA65 (Casanova): 12

Tonalidade afetiva é aqui visada no sentido insistente: a unidade da exportação resolutora de todo fascínio, assim como do projeto e do registro de todo êxtase e de toda insistência e realização da verdade do ser. GA65 (Casanova): 13

Enquanto insistência do ser-aí, cuidado é a decisão antecipadora da verdade do ser e o aprisionamento que suporta, sobretudo, algo referido no aí; o fundamento desse “sobretudo” é a retenção do ser-aí. GA65 (Casanova): 13

Essa retenção afina apenas enquanto pertencimento à verdade do ser, que se apropriou em meio ao acontecimento. GA65 (Casanova): 13

Por isto, a meditação – salto para o interior da verdade do ser – é necessariamente auto-meditação. GA65 (Casanova): 16

Isto não significa consideração voltada para trás de nós como “dados”, mas fundação da verdade do ser si mesmo a partir da propriedade do ser-aí. GA65 (Casanova): 16

A filosofia nunca se constrói imediatamente junto ao ente, ela prepara a verdade do ser e se encontra concomitantemente preparada com as perspectivas e os campos de visão que se abrem aí. GA65 (Casanova): 16

O “ser” mais próprio do homem está, por isto, fundado na copertinência em relação à verdade do ser enquanto tal, e esse ser uma vez mais, porque a essência do ser enquanto tal, e não a essência do homem, contém em si a conclamação ao homem como a conclamação que o determina para a história. GA65 (Casanova): 19

A partir daqui fica claro: aquela pergunta sobre o “quem” como realização da automeditação não possui nada em comum com um perder-se curioso e viciado no eu em meio a um cismar até a exaustão das “vivências” próprias, mas ela é uma visão essencial da realização da questão acerca do que há de mais questionável, daquela questão, que é aberta pela primeira vez pela dignificação do que há de mais questionável, a questão acerca da verdade do ser. GA65 (Casanova): 19

Por que o pensar a partir do início? Por que uma retomada mais originária do primeiro início? Por que a meditação sobre a sua história? Por que a confrontação com o seu fim? Porque o outro início (a partir da verdade do ser) se tornou necessário? Por que, afinal, em geral início?. GA65 (Casanova): 23

Não a decomposição diversamente dirigida da essência do homem, não a indicação de outros modos de ser do homem – tudo considerado por si como antropologia aprimorada – é o que produz aqui a auto-meditação, mas é a questão acerca da verdade do ser que prepara o âmbito da ipseidade, na qual, atuando historicamente e agindo, o homem – nós –, assumindo a figura do povo, chega ao seu si mesmo. GA65 (Casanova): 30

Essa guarda precisamente deixa que o ente pela primeira vez seja e, em verdade, o ente que ele é e pode ser na verdade do ser ainda não elevado e no modo como essa verdade é desdobrada. ( GA65 (Casanova): 32

A decisão ligada com a verdade do ser, não apenas ligada, mas apenas a partir dela determinada. GA65 (Casanova): 46

12) Tudo isso são apenas irradiações de um encobrimento confuso e calcificado da essência do seer, sobretudo da abertura de seu fosso abissal: o fato de unicidade, raridade, instantaneidade, acaso e acometimento, retenção e liberdade, resguardo e necessidade pertencerem ao seer; o fato de esse seer não se mostrar como o que há de mais vazio e mais comum, mas como o que há de mais rico e mais elevado e só se essenciar no acontecimento da apropriação, acontecimento esse graças ao qual o ser-aí chega à fundação da verdade do ser no abrigo por meio do ente. GA65 (Casanova): 56

O que acontece, porém, se a essência do pensar tiver se perdido para nós e se a lógica tiver sido eleita para dispor do “pensamento”, onde ela mesma, porém, é um resíduo apenas da impotência do pensamento, isto é, do questionamento desprovido de Apolo e de proteção no abismo da verdade do ser? O que acontece, contudo, se “pensar” não for outra coisa senão ter validade como o concluir infalível no representar correto de objetos, como o desvio ante aquele questionamento? A metafísica acha que o pensar poderia ser encontrado junto ao ente, e isso de tal modo que o pensar segue para além do ente. GA65 (Casanova): 82

À grandeza do início corresponde o fato de que “o tempo” mesmo e, ele enquanto a verdade do ser, não é de modo algum digno de questão e de experiência. GA65 (Casanova): 95

E tampouco se pergunta por que o tempo enquanto presente e não enquanto passado e futuro entra em jogo para a verdade do ser. GA65 (Casanova): 95

Que, para a meditação marcada pela dinâmica da retomada, o tempo enquanto verdade do ser brilhe de saída para nós a partir do primeiro início não significa dizer que a plena verdade originária do seer só possa ser fundada no tempo. GA65 (Casanova): 95

Constância e presentidade, por isso, precisam ser determinadas tempo-espacialmente, e isso sempre a cada vez em um duplo sentido, se é que elas devem ser concebidas na direção da verdade do ser. GA65 (Casanova): 98

Será que esse encobrimento do fundamento da verdade do ser não significa ao mesmo tempo que a história do ser-aí grego determinado por essa verdade foi colocada sobre a via mais breve e o presente foi levado a termo em um grande e único instante da criação? Que, em contrapartida, aquilo que se segue ao primeiro início é colocado em uma hesitação e tem de suportar uma renúncia do ser até o abandono do ser? A transição para o outro início tem de preparar o saber em torno dessa determinação histórica. GA65 (Casanova): 100

Uma vez que toda ontologia, quer formada completamente como tal quer determinada como preparação para tanto, exatamente como a história do primeiro início, pergunta sobre o ente enquanto ente e nesse aspecto e somente nele também sobre o ser, toda ontologia aponta para o âmbito da questão fundamental: como o ser se essencia? Qual é a verdade do ser? – sem naturalmente intuir essa questão fundamental enquanto tal e o seer em sua mais extrema questionabilidade, unicidade e finitude e sem poder jamais admitir um espanto. GA65 (Casanova): 106

27) A permanência velada da verdade do ser e do fundamento dessa verdade no primeiro início e em sua história exige do requestionamento originário da questão do ser a transição para a questão fundamental: como se essencia o seer? É a partir dela pela primeira vez e renovadamente que se coloca a questão: o que é o ente? A ramificação mais extrema e ao mesmo tempo mais fatídica do “idealismo” se mostra lá onde ele aparentemente é abandonado, sim, até mesmo combatido (quando, por exemplo, se contesta e se nega ao Idealismo alemão a proximidade com a vida). GA65 (Casanova): 110

O quão impositiva parece a possibilidade de se prescindir da verdade do ser. GA65 (Casanova): 118

uma explicação do ser (da entidade) por meio do estabelecimento da primeira causa de todo ente, causa essa que causa a si mesma; caso não se dissolva o ente enquanto tal na objetualidade e não se explique uma vez mais a entidade agora a partir da re-presentação do objeto e de seu a priori; caso o seer mesmo deva chegar à essenciação e, contudo, todo tipo de ente deva ser mantido distante dele, então isso só se dará a partir de uma meditação necessária (o abandono do ser como consistindo em indigência), para a qual isso se torna inequívoco: A verdade do ser e, assim, esse ser mesmo só se essenciam onde e quando se dá o ser-aí. GA65 (Casanova): 140

O acontecimento da apropriação do ser-aí por parte do seer e a fundação da verdade do ser no ser-aí – a viragem no acontecimento apropriador não é nem na conclamação (permanência de fora), nem no pertencimento (abandono do ser) algum dia resolvida sozinha, também não pelos dois juntos. GA65 (Casanova): 141

Ao contrário, o outro tem em vista aqui àquilo que deixa ser ente um ente como o abrigo da verdade do ser. GA65 (Casanova): 143

Há em geral, questionado a partir da verdade do ser enquanto acontecimento apropriador, níveis desse tipo ou até mesmo níveis de seer? Se pensássemos a diferenciação entre seer e ente como acontecimento da apropriação do ser-aí e como abrigo do ente e atentássemos para o fato de que aqui tudo é inteiramente histórico, de tal modo que uma sistemática platônico-idealista se tornou impossível, porque insuficiente, então restaria ainda a questão de saber como o vivente, a “natureza” e seu elemento inanimado, tal como utensílio, maquinação, obra, ato, sacrifício e a força de sua verdade (originariedade do abrigo da verdade e, com isso, reessenciação do acontecimento apropriador) precisam ser GA65 (Casanova): 152

Há em geral, questionado a partir da verdade do ser enquanto acontecimento apropriador, níveis desse tipo ou até mesmo níveis de seer? Se pensássemos a diferenciação entre seer e ente como acontecimento da apropriação do ser-aí e como abrigo do ente e atentássemos para o fato de que aqui tudo é inteiramente histórico, de tal modo que uma sistemática platônico-idealista se tornou impossível, porque insuficiente, então restaria ainda a questão de saber como o vivente, a “natureza” e seu elemento inanimado, tal como utensílio, maquinação, obra, ato, sacrifício e a força de sua verdade (originariedade do abrigo da verdade e, com isso, reessenciação do acontecimento apropriador) precisam ser ordenados. GA65 (Casanova): 152

Ser para a morte, porém, desdobrado como determinação essencial da verdade do ser-aí, abriga em si duas determinações fundamentais da abertura do fosso abissal e é seu reflexo na maioria das vezes desconhecido no aí: Por um lado, encobre-se aqui o pertencimento essencial do não ao ser enquanto tal, o que aqui, no ser-aí insigne como fundação da verdade do ser, só vem à luz com uma agudeza única. GA65 (Casanova): 160

O homem nesse fundamento do ser-aí: 1) O que busca o seer (acontecimento apropriador); 2) O que guarda a verdade do ser; 3) O guardião do silêncio do passar ao largo do último deus. GA65 (Casanova): 171

A essência do ser-aí e, com isso, da história fundada nele é o abrigo da verdade do ser, do último deus, no ente. GA65 (Casanova): 188

Ao contrário, ele tem sua origem apenas e unicamente da questão acerca da verdade do ser. GA65 (Casanova): 193

Como é, porém, que, nesse deserto, a questão suprema acerca do ser deve poder se tornar uma questão! Por que o ser-aí como o fundamento e o abismo do homem histórico? Por que não uma mudança imediata do homem e por que é que ele não deve permanecer como ele é? Como ele é, afinal? Isso se deixa fixar? A partir de onde? Que avaliação segundo que critérios de medida? Na história da verdade do ser, o ser-aí é o essencial caso intermediário, isto é, o in-sight daquele entre, para o interior do qual o homem precisa ser jogado de maneira tresloucada, para ser, então, uma vez mais ele mesmo. GA65 (Casanova): 194

Mas o chegar-a-si nunca é justamente uma representação do eu anteriormente desatada, mas a assunção do pertencimento à verdade do ser, salto para o interior do aí. GA65 (Casanova): 197

Ser-aí se encontra inicialmente na fundação do acontecimento apropriador, sonda o solo da verdade do ser e não parte do ente para o seu ser. GA65 (Casanova): 199

Este ponto de partida e sua interpretação permanecem, eles não experimentam nenhum retorno a algo mais originário, que só seria possível a partir da questão acerca da verdade do ser, em contrapartida, em Aristóteles, pou, pote – categorias, determinações da entidade, ousia! O que quer que tenha se acrescentado a isso, então, no neoplatonismo, em Agostinho, na Idade Média, a partir da eternidade marcada pela crença cristã e do summum ens, o princípio fundamental permanece e é a base para a mathesis, que se faz valer com Descartes como o fio condutor essencial da determinação da entidade. GA65 (Casanova): 239

O “vazio” é do mesmo modo e propriamente a plenitude do ainda indecidido, a ser decidido, o a-bissal, o que aponta para o fundamento, para a verdade do ser. GA65 (Casanova): 242

Uma questão desse tipo é a retenção da busca, lá onde e como a verdade do ser se deixa fundar e abrigar. GA65 (Casanova): 250

Onde a verdade do ser não é querida, onde ela não se volta para o interior da vontade de saber e de experimentar, subtrai-se ao instante enquanto a reluzência do seer a partir da constância do acontecimento apropriador simples e nunca calculável todo tempo-espaço. GA65 (Casanova): 255

Esse aceno enquanto acontecimento apropriador coloca o ente no mais extremo abandono do ser e irradia ao mesmo tempo a verdade do ser como a sua luzência mais íntima. GA65 (Casanova): 256

Ao mesmo tempo, porém, por meio da questão acerca do ser no sentido do título “ser e tempo”, é criada uma possibilidade de conceber mais originariamente, isto é, em termos da história do ser, a história da questão do ser no sentido do título “ser e pensar”, e de tornar visível pela primeira vez a verdade do ser, necessariamente inquestionada no interior da metafísica, no caráter temporal do ser por meio da referência à vigência da presentação e da constância na essência da physis, da idea e da ousia. GA65 (Casanova): 259

Os pensadores originários se deparam, no entanto, necessariamente com ela porque, para eles e para o seu início, a verdade do ser precisa permanecer velada e porque é importante, para apreender em geral o ser, reter a presentação como o elemento primeiro e mais imediato de sua irrupção; por isso, o hen, mas sempre e ao mesmo tempo em ligação com os muitos como o que vem à tona, como o que emerge (vindo a ser) e como o que se evade e se dissipa (se essenciando aqui e se ausentando na presentidade mesma: Anaximandro, Heráclito, Parmênides). GA65 (Casanova): 265

Se levarmos em consideração essa proveniência histórica da diferença ontológica a partir da própria história do ser, então o saber dessa proveniência já impõe uma distância prévia em relação ao pertencimento à verdade do ser, a experiência de que nós, sustentados pela “diferença ontológica” em todo ser do homem enquanto ligação com o ente, permanecemos expostos ao poder do seer por meio daí de maneira mais essencial do que em toda e qualquer ligação ainda “próxima da vida” com qualquer coisa “real e efetiva”. GA65 (Casanova): 266

A superação da metafísica significa a liberação do primado da questão acerca da verdade do ser diante de toda e qualquer explicação “ideal”, “causal”, “transcendental” e “dialética” do ente. GA65 (Casanova): 277

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