GA6 – vontade e paixão
Ele diz, por exemplo: a vontade é um “afeto”, a vontade é uma “paixão”, a vontade é um “sentimento”, a vontade é um “comando”. GA6MAC I
Nietzsche também denomina a vontade uma “paixão” ou um “sentimento”. GA6MAC I
Em que medida a vontade de poder é a forma originária de afeto, ou seja, em que medida ela é aquilo que constitui absolutamente o ser do afeto? O que é um afeto? Nietzsche não dá quanto a isso nenhuma resposta clara e exata, assim como não responde à pergunta sobre o que é uma paixão e o que é um sentimento. GA6MAC I
Tão frequente quanto a caracterização nietzschiana da vontade como afeto é sua caracterização da vontade como paixão. GA6MAC I
A grande vontade tem em comum com a grande paixão aquela calma do movimento que se perfaz lentamente. GA6MAC I
O fato de Nietzsche designar a vontade ora como afeto, ora como paixão, ora como sentimento significa: Nietzsche vê algo mais uniforme, mais originário e ao mesmo tempo mais rico por trás da palavra rudimentar “vontade”. GA6MAC I
Já o escrito Para além do hem e do mal (1886), no qual Nietzsche se exprime pela primeira vez de maneira coerente sobre a sua doutrina da vontade de poder, mostra o papel de critério de medida da autoexperiência humana e o primado da autodação do homem junto a toda interpretação de mundo: “Suposto que nada é ‘dado’ como real além de nosso mundo dos desejos e paixões, que não podemos descer ou ascender a nenhuma outra ‘realidade senão justamente a realidade de nossos impulsos – pois pensar é apenas um comportamento desses impulsos uns em relação aos outros será que não é permitido fazer a experiência e colocar a questão sobre se esse ‘dado’ não é suficiente para compreender a partir de seu similar o assim chamado mundo GA6MAC V
Os impulsos só encontram a sua essência do tipo da vontade de poder como as grandes paixões, isto é, as paixões preenchidas em sua essência pelo puro poder. GA6MAC VI
