Heideggeriana – logos

* Logos em Heidegger não é apenas “razão” ou “discurso”, mas o acontecimento originário que reúne e desvela o ser.

• Na tradição metafísica, o Logos foi reduzido a lógica (enunciado, juízo), perdendo sua conexão com a aletheia (desvelamento).

• Repensar o Logos significa retornar à sua essência como reunião (Versammlung) e fundamento do ser.

• Logos e legein significam simultaneamente pensar e falar, mas essa identidade não foi suficientemente discutida.

• A interpretação grega da linguagem (gramática) orientou-se pelas asserções sobre as coisas, depois reinterpretadas como objetos na metafísica moderna.

• A essência inicial do Logos (em Platão e Aristóteles) foi alterada e perdida.

• Pensar contra a “lógica” não significa defender o ilógico, mas repensar o Logos em sua essência originária.

• Logos apophantikos (enunciado) é a forma básica do interpelar cotidiano do ente, segundo Aristóteles.

• As categorias derivam dos modos do enunciado, seguindo a tradição que remonta a Aristóteles e Kant.

• Nietzsche chama os valores supremos de “categorias da razão”, ligando-as ao Logos como pensar judicativo.

• A metafísica pensa o ente a partir do Logos (enquanto juízo, enunciado), determinando o ser como fundamento.

• Logos não significa apenas “razão” ou “fala”, mas reunião originária (Heráclito) e manifestação do ser.

• Em Aristóteles, Peri Hermeneias trata do Logos como aludir ao ente (kategorein), base das categorias.

• Platão subordina a aletheia (desvelamento) à ideia, transformando a verdade em orthotes (correção), ligada ao Logos como enunciado.

• A dialética platônica é uma forma do Logos que busca a verdade como adequação.

• Hegel interpreta o Logos de Heráclito como razão especulativa, não como reunião originária do ser.

• As palavras fundamentais (Hen, Logos, Idea, Energeia) são compreendidas a partir da subjetividade absoluta.

• Logos é o fundamento que reúne (hen panta), determinando o ser como princípio unificador.

• A metafísica é onto-teo-lógica porque pensa o ser a partir do Logos como razão (fundamento).

• Logos não é apenas “lógica”, mas o decir originário que mostra o ser (Sage).

• A relação entre ser e dizer está oculta no Logos, que reúne e desvela o ente.

• Para os gregos, aletheia (desvelamento) aparece como Logos, entendido como deixar-entrar-em-presença.

• O Logos em Homero e Aristóteles está ligado ao discurso enunciativo, bloqueando a compreensão da aletheia como desocultamento.

• Kant entende a unidade sintética da apercepção como Logos (reunião), mas transferido para o sujeito transcendental.

• A “lógica” em Kant deriva do Logos, mas este não é pensado em sua origem grega como reunião do ser.

• O Logos é um modo de presença, mas sua essência como reunião do ser permanece impensada na metafísica.