====== GA65 – acontecimento apropriador e deus (deuses) ====== Na essenciação da verdade do seer, no **acontecimento apropriador** e como **acontecimento apropriador**, encobre-se o último **deus**. GA65 (Casanova): 7 Se o homem, por meio desse tresloucamento, chegar a se aprumar no **acontecimento apropriador** e se ele continuar insistentemente na verdade do seer, então ele continuará se encontrando sempre a princípio no salto para a experiência decidida quanto a se, no **acontecimento apropriador**, se decide em nome dele ou contra ele o ficar de fora ou a entrada em cena do **deus**. GA65 (Casanova): 7 Por fim e em primeiro lugar, o “**acontecimento apropriador**” só pode ser re-pensado (compelido para diante do pensar inicial), se o seer mesmo for concebido como o “entre” para o passar ao largo do último **deus** e para o ser-aí. GA65 (Casanova): 7 O **acontecimento apropriador** se sobrepõe apropriadoramente ao **deus** no homem, na medida em que ele se apropria do homem para o **deus**. GA65 (Casanova): 7 O **acontecimento apropriador** é o entre no que concerne ao passar ao largo do **deus** e à história do homem. GA65 (Casanova): 7 Só quem concebe o fato de que o homem precisa fundar historicamente a sua essência por meio da fundação do ser-aí, o fato de que a insistência da pendência do ser-aí não é outra coisa senão a moradia no tempo-espaço daquele acontecimento, que acontece apropriadoramente como a fuga dos **deuses**; só quem recolhe de maneira criadora a consternação e a animação do **acontecimento apropriador** na retenção como tonalidade afetiva fundamental, consegue pressentir a essência do ser e preparar em tal meditação a verdade para o futuro verdadeiro. GA65 (Casanova): 19 Agora, porém, o maior **acontecimento apropriador** é sempre o início, ainda que esse início seja o início do último **deus**. GA65 (Casanova): 23 História, porém, concebida como a contestação da contenda de terra e mundo, assumida e realizada a partir do pertencimento ao clamor do **acontecimento apropriador** como a essenciação da verdade do seer na figura do último **deus**. GA65 (Casanova): 45 O saber, porém, é a insistência na questionabilidade do seer, que guarda, assim, a sua dignidade única no fato de que ele só se doa de maneira bastante rara na recusa como o **acontecimento apropriador** velado do passar ao largo da decisão sobre a chegada e a fuga dos **deuses** no ente. GA65 (Casanova): 76 O seer como o **acontecimento apropriador** é a vitória do incontornável no testemunho do **deus**. GA65 (Casanova): 116 O seer, contudo, se essencia como **acontecimento apropriador**, como os sítios instantâneos da decisão quanto à proximidade e à distância do último **deus**. GA65 (Casanova): 117 Acometimento e permanência de fora da chegada e da fuga dos **deuses**, o **acontecimento apropriador**, não tem como ser imposto de maneira pensante, mas, muito ao contrário, é preciso prontificar por meio do pensamento o aberto que, como tempo-espaço (sítios instantâneos), torna acessível e constante a abertura do fosso abissal do seer no ser-aí. GA65 (Casanova): 120 Todas as pretensões como essas, aparentemente supremas, são baixas e não passam de uma degradação do seer! O **acontecimento apropriador** e seu rejuntamento fugidio na abissalidade do tempo-espaço é a rede, na qual o último **deus** articula a si mesmo, a fim de dilacerá-la e de deixá-la findar-se em sua unicidade; e isto de maneira divina e rara e o que há de mais estranho em todo ente. GA65 (Casanova): 142 Como o não pertence à essência do seer (a maturidade como viragem no **acontecimento apropriador**; cf O último **deus**), o seer pertence ao não; isto é, o propriamente niilizante é o que é dotado de caráter de não e de modo algum o mero “nada”, tal como ele é representado por meio da negação representadora de algo; representação essa, com base na qual se pode, então, dizer: o nada não “é”. GA65 (Casanova): 146 Essa abertura só pode se transformar em questão, se a verdade do seer reluzir como **acontecimento apropriador**, a saber, como aquilo de que o **deus** necessita, na medida em que o homem lhe pertence. GA65 (Casanova): 157 O **acontecimento apropriador** se apropria do **deus** para o homem, na medida em que atribui apropriadoramente o homem ao **deus**. GA65 (Casanova): 157 O homem nesse fundamento do ser-aí: 1) O que busca o seer (**acontecimento apropriador**); 2) O que guarda a verdade do ser; 3) O guardião do silêncio do passar ao largo do último **deus**. GA65 (Casanova): 171 O entre, que não se dá apenas a partir da ligação dos **deuses** com os homens, mas que se mostra como aquele entre, que funda pela primeira vez o tempo-espaço para a ligação, na medida em que ele mesmo emerge na essenciação do seer como **acontecimento apropriador** e torna decidível, como o centro que se abre, os **deuses** e os homens uns para os outros. GA65 (Casanova): 191 O quão parco é o nosso saber sobre os **deuses** e o quão essencial é, de qualquer modo, sua essenciação e degenerescência na abertura dos velamentos do aí, na verdade? O que deve nos dizer, então, sobre o **acontecimento apropriador** a experiência da essência da própria verdade? Ora, mas como conseguimos silenciar propriamente esse dizer? A verdade é o primeiro verdadeiro do seer, e, com efeito, na medida em que clareia e oculta. GA65 (Casanova): 224 Os que estão por vir do último **deus** recontestarão na contestação dessa contenda o **acontecimento apropriador** e, no mais amplo olhar retrospectivo, se lembrarão do que de maior foi criado como a unicidade preenchida e como a singularidade do ser. GA65 (Casanova): 252 Ela sustenta uma certeza que é tocada pelo mais casto e mais distante aceno do último **deus** e é retida no acometimento do **acontecimento apropriador**. GA65 (Casanova): 252 Mas como é que isso se dá? Será que uma coisa ou outra se tornará um acontecimento por vir? Será que uma coisa ou outra precisa determinar a expectativa construtiva? Ou será que a decisão é a abertura de um tempo-espaço completamente diverso para uma verdade, sim, para a verdade pela primeira vez fundada do seer, o **acontecimento apropriador**? O que aconteceria se aquele âmbito da decisão na totalidade, fuga ou chegada dos **deuses**, fosse justamente o próprio fim? O que aconteceria se, para além disso, o seer precisasse ser concebido pela primeira vez em sua verdade como o acontecimento da apropriação, acontecimento esse como o qual acontece apropriadoramente aquilo que denominamos a recusa? Isso não é nem fuga nem chegada, nem tampouco tanto fuga quanto chegada, mas algo originário, a plenitude da concessão do seer na recusa. GA65 (Casanova): 254 Todavia, como é que se deveria querer calcular no pensamento do ser de **deus**, ao invés de meditar de maneira radicalmente oposta sobre o perigo de algo estranho e incalculável? O **acontecimento apropriador** tem seu acontecimento mais íntimo e sua extração mais ampla na viragem. GA65 (Casanova): 255 E na viragem: o **acontecimento apropriador** precisa se valer do ser-aí; por meio da necessidade, ele precisa colocá-lo no clamor e, assim, trazê-lo para diante do passar ao largo do último **deus**. GA65 (Casanova): 255 O **acontecimento apropriador** “é”, assim, o domínio mais elevado enquanto retorno por sobre o direcionamento e a fuga dos **deuses** que essencialmente foram. GA65 (Casanova): 255 O último **deus** não é o próprio **acontecimento apropriador**, mas com certeza necessita dele como aquilo a que pertence o fundador do aí. GA65 (Casanova): 256 A maior proximidade do último **deus** acontece apropriadoramente, quando o **acontecimento apropriador** ganha a recusa como a autorrenúncia hesitante da elevação. GA65 (Casanova): 256 Somente a partir desse instante é que pode ser medido como é que o seer como o âmbito do **acontecimento apropriador** daquela imposição precisa restituir o ente, em que domínio do ente precisa se realizar a dignificação do **deus**. GA65 (Casanova): 256 Aquele pertencimento ao seer e essa necessidade do seer desentranham pela primeira vez o seer em seu encobrir-se como aquele ponto central marcado pela viragem, no qual o pertencimento ultrapassa a necessidade e a necessidade prepondera sobre o pertencimento: o seer como **acontecimento apropriador**, que acontece a partir desse excesso revirado de si mesmo e, assim, se torna a origem da contenda entre o **deus** e o homem, entre o passar ao largo do **deus** e a história do homem. GA65 (Casanova): 256 Todo ente, por mais impertinente e único, autônomo e de primeiro nível que ele possa aparecer para o cálculo e para o empreendimento sem **deus** e desumanos, é apenas a inserção no **acontecimento apropriador**, inserção essa na qual o sítio do passar ao largo do último **deus** e a guarda do homem buscam uma estabilização, a fim de permanecerem prontos para o acontecimento da apropriação e não privar o seer daquilo que, porém, o ente até aqui, esse na verdade até aqui, precisou exclusivamente empreender. GA65 (Casanova): 256 Nesse caso, então, por esse instante, o seer é, como o entre mais íntimo, igual ao nada; o **deus** se apodera do homem e o homem ultrapassa o **deus**, por assim dizer imediatamente e, contudo, os dois somente no **acontecimento apropriador**, como o qual a verdade do seer mesmo é. GA65 (Casanova): 256 Manter o abismo é ao mesmo tempo saltar para o interior da essenciação do seer, de tal modo que esse seer mesmo desdobra o poder de sua essência como o **acontecimento apropriador**, como o entre para a coação do **deus** e a guarda do homem. GA65 (Casanova): 265 Continua sendo uma ousadia o dizer sobre o repensar do seer, a ponto de ele ser chamado de auxílio para a acomodação dos **deuses** no espaço fora e no estranhamento do homem (cf o seer como **acontecimento apropriador**). GA65 (Casanova): 265 Acontecimento apropriador é: 1) O acontecimento da apropriação, o fato de que, na urgência, a partir da qual os **deuses** necessitam do seer, o seer com-pele o ser-aí à fundação de sua própria verdade e, assim, deixa o entre se essenciar, o acontecimento da apropriação do ser-aí por meio dos **deuses** e a apropriação dos **deuses** para eles mesmos em relação ao **acontecimento apropriador**. GA65 (Casanova): 267 2) O **acontecimento apropriador** do acontecimento da apropriação encerra em si a de-cisão: o fato de a liberdade como o fundamento abissal deixar surgir uma indigência, a partir da qual, como o impulso excessivo do fundamento, os **deuses** e o homem vêm à tona em sua separação. GA65 (Casanova): 267 O seer se essencia como o entre para o **deus** e o homem, mas de tal modo que esse espaço intermediário só arranja espacialmente para o **deus** e para o homem a possibilidade essencial, um entre que se choca contra sua margem e que a deixa ressurgir pela primeira vez a partir do choque como margem, sempre pertencendo à corrente do **acontecimento apropriador**, sempre velada na riqueza de suas possibilidades, sempre o de lá para cá e o de cá para lá das ligações inesgotáveis, em cuja clareira se juntam fugidiamente e afundam mundos, se descerram terras, suportando a destruição. GA65 (Casanova): 267 Todo dizer sobre o seer precisa denominar o **acontecimento apropriador**, aquele entre do entrementes de **deus** e ser-aí, de mundo e terra, ;empre elevando ao cerne da obra afinadora com uma clareza intermediária e de maneira decisiva o fundamento-entre como a-bismo. GA65 (Casanova): 270 O seer é o **acontecimento apropriador** contestador, que reúne originariamente o que é por ele apropriado em meio ao acontecimento (o ser-aí do homem) e o que é por ele recusado (o **deus**) no abismo daquele entre, em cuja clareira mundo e terra contestam um ao outro o pertencimento de sua essência ao campo de jogo temporal, no qual chega à preservação aquele verdadeiro que se encontra em tal preservação como o “ente”. GA65 (Casanova): 270 O homem é como uma ponte constante no entre, como o qual o **acontecimento apropriador** atribui a indigência dos **deuses** para a guarda do homem, na medida em que ele assume a responsabilidade pelo homem e o entrega ao ser-aí. GA65 (Casanova): 271 De onde provém a ex-cedência, o a-bismo, o fundamento, o ser? Em que consiste a divindade dos **deuses**? Por que o seer? Porque se têm os **deuses**? Por que os **deuses**? Por que o seer? O **acontecimento apropriador** e a possibilidade do porquê! Será que o porquê ainda pode ser transformado em um tribunal, diante do qual precisamos colocar o seer? Por que, porém, a verdade do seer? Ela pertence à sua essência! Por que ente? Porque um ente supremo provoca, produz tal ente? Mas sem levarmos em conta o elemento desmedido da fabricação, o ente supremo, o summum ens, pertence com maior razão ao ente. GA65 (Casanova): 279