====== GA10 (Conferência) – fundamento ====== O princípio do **fundamento** reza: nihil est sine ratione. Conferência Traduz-se por: nada é sem **fundamento**. Conferência Aquilo que o princípio exprime, deixa-se parafrasear na seguinte forma: tudo tem um **fundamento**, isto é aquilo que de alguma forma é. Conferência O respectivamente efectivo tem um **fundamento** para a sua efectividade. Conferência O respectivamente possível tem um **fundamento** para a sua possibilidade. Conferência O respectivamente necessário tem um **fundamento** para a sua necessidade. Conferência Nada é sem **fundamento**. Conferência Nós exigimos para as nossas afirmações a indicação do **fundamento**. Conferência Frequentemente contentamo-nos com os fundamentos que se encontram mais próximos; algumas vezes pesquisamos os fundamentos situados mais recuadamente; finalmente atrevemo-nos até aos primeiros fundamentos e perguntamos pelo último **fundamento**. Conferência Em toda a fundamentação e aprofundamento encontramo-nos já no caminho para um **fundamento**. Conferência Aquilo que o princípio do **fundamento** diz, é por essa razão comum para nós, e porque comum, também imediatamente esclarecedor. Conferência Assim ocorre que, o que o princípio do **fundamento** diz não é também primeiro colocado expressamente como um princípio ou até apresentado como uma lei. Conferência Frequentemente, o conteúdo do princípio, que abreviadamente reza: nada sem **fundamento**, é mesmo apenas conhecido na seguinte versão: nihil fit sine causa, nada acontece sem uma causa primordial. Conferência Ora cada causa primordial é certamente uma espécie de **fundamento**. Conferência Assim, por exemplo, a afirmação geralmente válida: «Todos os humanos são mortais» contém decerto o **fundamento** para que nós possamos compreender: Sócrates é mortal. Conferência Nihil sine ratione, nada sem **fundamento**; assim reza a fórmula apenas enunciada de uma opinião por toda a parte determinante, a qual nós confiamos ao nosso conceber. Conferência Não obstante, são necessários dois mil e trezentos anos na história do pensamento ocidental, que começa no século VI antes de Cristo, até que a familiar concepção «nada sem **fundamento**» seja estabelecida expressamente como um princípio e conhecida como lei, reconhecida em toda a sua amplidão e conscientemente afirmada em ilimitada legitimidade. Conferência Durante o tempo mencionado dorme, por assim dizer, o princípio do **fundamento**. Conferência Pois foi primeiramente no século XVII, que Leibniz reconheceu a representação há muito tempo corrente, que nada é sem **fundamento**, como um princípio determinante, e o apresentou como o princípio do **fundamento**. Conferência Mas poderá manifestar-se algo singular e grandioso através do geral e pequeno princípio do **fundamento**? Prepara-se no invulgarmente longo período de incubação também um invulgar despertar, um despertar numa vigília que não permite mais qualquer sono, no mínimo uma incubação, um sono de templo? Mas o género de princípios em que Leibniz ordena o princípio do **fundamento**, é denunciado pela epígrafe latina, que ele dá ao princípio. Conferência Nada sem **fundamento**, nihil sine ratione chama-se o principium rationis. Conferência O princípio do **fundamento** torna-se num princípio fundamental. Conferência Por isso assinala Leibniz o princípio fundamental do **fundamento** através de adjectivos. Conferência Em que medida merece o princípio do **fundamento** esta classificação? Sobre isso pode elucidar-nos o conteúdo do princípio fundamental. Conferência Leibniz eleva o nihil sine ratione, nada sem **fundamento**, o supremo princípio fundamental, ao demonstrar em que medida o princípio do **fundamento** fundamenta todos os princípios, isto é cada princípio, antes de tudo como um princípio. Conferência Este carácter do princípio do **fundamento** revela-se na epígrafe latina completa, que Leibniz dá ao princípio. Conferência Leibniz caracteriza o princípio do **fundamento** como o principium reddendae rationis sufficientis. Conferência Rationem reddere significa: devolver o **fundamento**. Conferência Nós perguntamos triplamente: 1) Para quê é o **fundamento** a ser devolvido sempre o **fundamento**? 2) Porquê deve ser devolvido, isto é expressamente alegado, o **fundamento**? 3) Para onde é devolvido o **fundamento**? Leibniz responde à primeira pergunta através de uma observação breve, mas de amplo alcance. Conferência O **fundamento** é um a ser devolvido, quod omnis veritatis reddi ratio potest, «porque uma verdade sempre é uma verdade, quando o **fundamento** lhe pode ser devolvido». Conferência Aquilo que como unidade associadora de sujeito e predicado sustenta a sua conexão, é o solo, o **fundamento** do juízo. Conferência O **fundamento** dá a conta para a verdade do juízo. Conferência O **fundamento** da verdade do juízo é apresentado como a ratio. Conferência C’est lá mon grand principe, dont je croy que tous les philosophes doivent demeurer d’accord, et dont un des corollaires est cet axiome vulgaire que rien n’arrive sans raison, qu’ont peut tousjours rendre pourquoy la chose est plustost allé ainsi qu’autrement…» Na tradução: «é sempre necessário que haja um **fundamento** da conexão dos termos de uma proposição, a qual se deverá encontrar nas suas noções. Conferência Este é mesmo o meu grande princípio, o qual creio que todos os filósofos deveriam admitir, e do qual um dos corolários é este vulgar axioma de que nada acontece sem um **fundamento**, que se pode sempre devolver porque é que uma coisa se passou antes deste modo em vez de outro». Conferência O magno princípio é o principium reddendae rationis, o princípio fundamental do **fundamento** a ser devolvido. Conferência Nós levantamos a segunda pergunta: para quê deve ser devolvido, isto é expressamente alegado o **fundamento**? Porque o **fundamento** é ratio, quer dizer, conta. Conferência O juízo é apenas então uma verdade quando é dado o **fundamento** da conexão, quando a ratio, isto é a conta é prestada. Conferência Nós colocamos a terceira pergunta a respeito da ratio reddenda: para onde deve ser devolvido o **fundamento**? Resposta: de volta para o homem, que ao modo da concepção judicativa define os objectos como objectos. Conferência Correctos, quer dizer verdadeiros são-no apenas os juízos e as enunciações quando o **fundamento** da conexão de sujeito e predicado entregue ao eu representante, é a este devolvido. Conferência O **fundamento** é apenas um tal **fundamento** como a ratio, quer dizer como a conta que é prestada sobre algo perante o homem como o eu judicativo e para este. Conferência Por isso é a ratio em si ratio reddenda; o **fundamento** é como tal o **fundamento** a ser devolvido. Conferência É primeiramente através do **fundamento** da conexão de representação entregue e devolvida expressamente ao eu, que o representado assim vem a permanecer, que ele como estado contra, isto é como objecto está salvaguardado para o sujeito representante. Conferência Mas o **fundamento** entregue realiza apenas depois este trazer-à-permanência dos objectos quando ele dá de modo suficiente uma conta bastante para a salvaguarda dos objectos. Conferência O **fundamento** a ser entregue deve ser uma ratio sufficiens. Conferência Leibniz escreve uma vez o seguinte sobre o princípio do **fundamento**: (principium rationis) quod dicere soleo nihil existere nisi cuius reddi potest ratio existentiae sufficiens. Conferência O principio do **fundamento**, «que eu costumo enunciar (em a forma): nada existe, a que o **fundamento** da sua existência não possa ser entregue como o suficiente». Conferência O **fundamento**, que em cada juízo sobre um objecto reclama a sua impreterível entrega, exige simultaneamente, que ele seja suficiente como **fundamento**, isto é que baste perfeita-mente como conta. Conferência Em que consiste por conseguinte a magnitude do princípio do **fundamento** como a do principium magnum, grande et nobilissimum, do principio magno, poderoso, da mais elevada nobreza? Resposta: em que este princípio dispõe sobre aquilo que poderá ser legítimo como objecto do conceber, em geral, como um ente. Conferência No princípio do **fundamento** fala essa reivindicação à disposição sobre o que se chama o ser de um ente. Conferência Quando Leibniz pela primeira vez classifica expressamente o princípio do **fundamento**, então ele exprime com isso, que entretanto o representar humano de um modo decisivo e por consequência inevitável, é assumido na reivindicação do principium rationis e é regido pelo seu poder. Conferência O principium rationis, o princípio do **fundamento** torna-se em princípio fundamental de todo o conceber. Conferência O princípio do **fundamento** é o supremo princípio fundamental da razão na medida em que através dele a razão primeiramente como razão atinge o pleno desdobramento da sua essência. Conferência O princípio do **fundamento** é o princípio fundamental da concepção racional no sentido do contar salvaguurdador. Conferência Pelo facto de Leibniz ter afirmado o pequeno princípio, quase não pensado expressamente: nihil sine ratione, nada sem **fundamento**, na versão rigorosa e perfeita do poderoso princípio fundamental, terminou, sob um ponto de vista, o período de incubação do princípio do **fundamento**. Conferência O domínio do poderoso princípio fundamental torna-se tanto mais poderoso na história da humanidade, quanto mais universal, mais evidente e por conseguinte mais discretamente o princípio do **fundamento** define todo o conceber e comportamento. Conferência Esta reivindicação fala a partir do principium reddendae rationis sufficientis, do princípio fundamental do **fundamento** suficiente a ser entregue. Conferência Assim determina então o caracterizado domínio do princípio do **fundamento** a essência da era moderna, técnica. Conferência Para que nós vejamos esta diferença, ensaiemos agora uma reflexão a respeito do princípio do **fundamento**. Conferência Por isso perguntamos de novo: o que significa pois, que uma era da história universal seja matrizada pela energia atômica e sua libertação? Não significa outra coisa senão isto: a Era Atômica é dominada pelo poder da reivindicação, que nos ameaça subjugar através do princípio do **fundamento** suficiente a ser entregue. Conferência Contudo o que suporta e define a conexão das concepções aos juízos, é o respectivo **fundamento** suficiente entregue. Conferência Daí torna-se evidente: o impulso para demandar pela unidade dos juízos isenta de contradições e o arrebatamento pela correspondente salvaguarda desta unidade vêm do poder da reivindicação à entrega do **fundamento** suficiente para todas as concepções. Conferência O domínio do poderoso princípio fundamental do **fundamento** é o elemento no qual as ciências se movem como o peixe na água e a ave no ar. Conferência Tudo isto é-nos dito da melhor maneira por Goethe nos dois últimos versos de um dos últimos poemas: «Mas a pesquisa, infatigável, aspira e luta, / Pela lei, o **fundamento**, o porquê e o como». Conferência No entanto Goethe não podia prever para onde conduz o infatigável da pesquisa moderna, quando ela se entrega sem reserva ao domínio do poderoso princípio fundamental do **fundamento** suficiente a ser entregue como a única medida. Conferência Mas esta desobrigação transforma-se logo a seguir numa ligação ainda mais poderosa à reivindicação do princípio fundamental do **fundamento**. Conferência Dessa maneira, o poder da reivindicação da entrega do **fundamento** suficiente aumenta até ao imprevisível. Conferência Dito de passagem: Leibniz, o descobridor do princípio fundamental do **fundamento** suficiente, é também o inventor do «seguro de vida») O trabalho na salvaguarda da vida deverá contudo ele próprio ser permanentemente de novo assegurado. Conferência Pois a definição da linguagem como informação alcança antes de tudo o **fundamento** suficiente para a construção das máquinas pensantes e do equipamento de cálculo extensivo. Conferência Na configuração da informação o poderoso princípio do **fundamento** suficiente a ser entregue governa todo o conceber e define assim a presente época do mundo como aquela para a qual tudo depende da entrega da energia atômica. Conferência O homem actual escuta permanentemente o princípio fundamental do **fundamento**, ao tornar-se crescentemente um servo do princípio. Conferência Mas admitindo que a servidão não é a única e não é a maneira própria do ouvir, então teríamos de colocar a pergunta mais uma vez: ouvimos nós a reivindicação do princípio do **fundamento**? Mas nós agora consideramos que não ouvimos verdadeiramente uma reivindicação senão quando correspondemos àquilo que ela propriamente nos aconselha. Conferência Falará então na reivindicação do princípio do **fundamento** um conselho? Nós teríamos de admitir: não! Em que medida não? Na medida em que nós não ouvimos e reflectimos clara e decisivamente sobre aquilo que o princípio do **fundamento** propriamente diz. Conferência Na conhecida divulgação o princípio do **fundamento** reza: Nihil est sine ratione, nada é sem **fundamento**. Conferência Por que motivo deveremos pois ouvir o «é»? O princípio fundamental do **fundamento** diz: cada ente tem um **fundamento**. Conferência Nós teremos por isso, para autenticamente ouvirmos o princípio sobre o ente, de orientarmos o nosso sentido para que na frase «nada é sem **fundamento**» o «é» dê o tom que tudo afina. Conferência Não mais: nada é sem **fundamento**, senão: nada é sem **fundamento**. Conferência Enquanto agora o «é» quer dizer: com «o ser», que dá o tom à frase, vem simultaneamente o **fundamento** na acentuação: nada é sem **fundamento**. Conferência Ser e **fundamento** soam agora em unissonância. Conferência Neste som ressoa que ser e **fundamento** pertencem um ao outro em um. Conferência O princípio do **fundamento** doravante de outro modo soante diz agora: ao ser pertence o **fundamento**. Conferência O princípio do **fundamento** já não diz mais como princípio fundamental supremo de todo o conceber do ente, que cada um tem um **fundamento**. Conferência O princípio do **fundamento** fala agora como um dito sobre o ser. Conferência O dito é uma resposta à pergunta: o que significa pois ser? Resposta: ser significa **fundamento**. Conferência Entretanto o princípio do **fundamento** como um dito sobre o ser não pode mais querer dizer: ser tem um **fundamento**. Conferência Apenas o ente tem, e decerto necessariamente, um **fundamento**. Conferência O ser contudo, porque é o próprio **fundamento**, permanece sem **fundamento**. Conferência Na medida em que o ser, o próprio **fundamento**, fundamenta, ele permite que o ente seja respectivamente um ente. Conferência . Conferência Assim tem pois cada ente, porque dado do ser como o **fundamento** no ser, inevitavelmente o dote de um **fundamento**. Conferência O princípio do **fundamento**, entendido como princípio fundamental do **fundamento** suficiente a ser entregue, é por conseguinte apenas verdadeiro porque nele fala um dito do ser, que diz: ser e **fundamento**: o mesmo. Conferência Este dito do ser deverá responder, segundo a asserção apresentada, à pergunta: o que significa pois ser? Mas será esta uma resposta quando nos é dito: ser significa **fundamento**? Em vez de por este meio recebermos uma resposta, somos confrontados novamente com uma pergunta. Conferência Porque nós perguntamos imediatamente: o que significa pois **fundamento**? Para tal há apenas agora a seguinte resposta: **fundamento** significa ser. Conferência Ser significa **fundamento** – **fundamento** significa ser: aqui tudo roda num círculo. Conferência Porque nós não sabemos exactamente nem o que «ser», nem o que «**fundamento**» exprimem. Conferência Mas supondo que o dito do ser como **fundamento** responderia à pergunta pelo sentido do ser, então permanece fechada por agora para nós esta resposta. Conferência O acompanhamento para este caminho poderá dar-nos o poeta, cujos versos parafraseiam aquela concepção, que se encontra sob o poder do princípio fundamental do **fundamento** suficiente a ser entregue. Conferência Diz Goethe da ciência moderna: «Mas a pesquisa, infatigável, aspira e luta, / Pela lei, o **fundamento**, o porquê e o como». Conferência O «mas» no início do primeiro verso coloca a pesquisa em contraste com uma outra atitude e postura, que já não aspira infatigavelmente ao **fundamento** para o ente. Conferência Sempre que nós perseguimos os fundamentos do ente, então nós perguntamos: porquê? Este pronome interrogativo caça a concecpção de um **fundamento** para o outro. Conferência O dito do ser como **fundamento** diz: o ser – mesmo o **fundamento** – permanece sem **fundamento**, isto é agora sem porquê. Conferência Quando nós tentamos pensar o ser como **fundamento**, então teríamos de dar um passo para trás, de volta para a pergunta: porquê? Mas aonde é que ainda nos poderemos segurar? Na «Spruchsammlung» do ano de 1815 diz Goethe: «Como? Quando? Onde? – E os Deuses emudecem! / Aguenta-te com o Porque e não perguntes: Porquê?» O porquê desdobra-se nas perguntas: Como? Quando? Onde? Ele perguntará pela lei, pelo tempo, pelo lugar daquilo que acontece. Conferência Pois o Porque é sem Porquê, não tem qualquer **fundamento**, é o próprio **fundamento**. Conferência A palavra «**fundamento**» significa o que jaz mais fundo, por exemplo o fundo do mar, o fundo do vale, o fundo do coração. Conferência Fundamento é aquilo, sobre o qual se apoia tudo o que para todos os entes já existe como o sustentado. Conferência O Porque indica para a essência do **fundamento**. Conferência Se contudo o dito do ser como o **fundamento** for um dito verdadeiro, então indica o Porque simultaneamente para a essência do Ser. Conferência O Porque designa o **fundamento**. Conferência Tanto mais que o Porque nomeia: o ser e o **fundamento**, nomeia o durar, o ser como o **fundamento**. Conferência Ser e **fundamento** – no Porque – : o mesmo. Conferência O pequeno princípio do **fundamento**: «Nada é sem **fundamento**» fala antes de mais como o magno princípio fundamental, o principium grande. Conferência O pequeno princípio do **fundamento**: «Nada é sem **fundamento**» fala antes de tudo como dito do ser e designa este como o **fundamento**. Conferência O princípio do **fundamento**, como dito do ser, dá ao princípio fundamental do conceber, antes de tudo o **fundamento**. Conferência O dito do ser como **fundamento** consegue tais fundamentos. Conferência O princípio do **fundamento** é como dito do ser magno no sentido da magna capacitação, da magna volição, do magno poder. Conferência Entretanto deveríamos perguntar: Porquê? Pois não nós não podemos saltar para fora da era actual, a qual é regida pelo princípio fundamental do **fundamento** suficiente a ser entregue. Conferência Mas não podemos ao mesmo tempo renunciar a determo-nos no Porque, ao ouvirmos o dito do ser como o **fundamento**. Conferência O princípio do **fundamento** diz: nada é sem **fundamento**. Conferência No princípio do **fundamento** fala a reivindicação do princípio fundamental. Conferência No princípio do **fundamento** fala o conselho do dito do ser. Conferência Pois durante o invulgarmente longo período de incubação do princípio do **fundamento**, sempre ao homem ocidental se aconselha o dito do ser como o **fundamento**. Conferência Contudo o conselho no dito do ser como o **fundamento** permanece inaudível, diferentemente da comunicação do princípio fundamental no poder da sua reivindicação doravante ruidosa, alarmante de tudo. Conferência Nós nomeamo-la, quando dizemos: ser é experimentado como **fundamento**. Conferência O **fundamento** é interpretado como ratio, como conta. Conferência Ser é experimentado como o **fundamento**. Conferência Face a esta simples, e simultaneamente para a Europa, desenraizada correlação de coisas, nós perguntamos: A definição mencionada exaure que o homem seja o animal rationale, a essência do homem? Reza o último dito, que pode ser dito do ser: ser significa **fundamento**? Ou não permanece a essência do homem, não permanece a sua pertença ao ser, não permanece a essência do ser ainda sempre e sempre mais perplexamente o digno-de-ser-pensado? Podemos nós, se assim devesse ser colocado, abandonar este digno-de-ser-pensado em favor da correria louca do exclusivo pensamento calculador e dos seus enormes sucessos? Ou estamos prestes a determo-nos para encontrarmos caminhos, nos quais o pensamento consiga corresponder ao digno-de-ser-pensado, em vez de enfeitiçados pelo pensamento calculador pensarmos superficialmente no digno-de-ser-pensado? Esta é a questão. Conferência